quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Batalha judicial por 'Joan Anderson Letter'', escrita por Neal Cassady, adia leilão da carta por tempo indeterminado! - por Marcos Doniseti!

Batalha judicial por 'Joan Anderson Letter'', escrita por Neal Cassady, adia leilão da carta por tempo indeterminado! - por Marcos Doniseti!
Partes da famosa e histórica 'Joan Anderson Letter', escrita por Neal Cassady em Dezembro de 1950. 
No mês de Novembro foi divulgado que a famosa carta, a 'Joan Anderson Letter', que Neal Cassady escreveu e enviou para Jack Kerouac, no final de Dezembro de 1950, foi finalmente encontrada, após ficar desaparecida por mais de 60 anos. 

A responsável por encontrá-la foi Jean Spinosa.

Também havia sido divulgada a informação de que seria realizado um leilão da famosa carta, que é considerada o Santo Graal da Beat Generation, e que o mesmo iria acontecer no próximo dia 17 de Dezembro na casa de leilões 'Profiles in History'.

Porém, a divulgação da descoberta deu início a uma verdadeira batalha judicial em torno da propriedade da carta fez com que o leilão fosse adiado. Assim, não se faz mais a menor ideia de quando ele poderá vir a ocorrer.  

O responsável por administrar o espólio literário de Jack Kerouac, John Sampas, contratou um advogado de Boston, Nick Mitrokostas, para tentar ganhar na Justiça a posse da 'Joan Anderson Letter', sob a justificativa de que essa carta é propriedade do espólio de Jack Kerouac e que deve ser devolvida ao mesmo.

No entanto, esta não é a única ação que reivindica a propriedade da carta escrita por Neal Cassady e que inspirou Jack Kerouac a adotar a técnica da 'prosa bop espontânea' quando decidiu escrever, em 1951, o manuscrito original que deu origem ao clássico 'On The Road'. 

O espólio de Neal Cassady também está reivindicando a propriedade da 'Joan Anderson Letter', alegando que a mesma não é uma carta pessoal, mas um manuscrito destinado à publicação, tal como eram outras 'cartas' escritas por Cassady. Assim, o conteúdo dela estaria protegido pela lei de direitos autorais. 

Com isso, o leilão da 'Joan Anderson Letter' foi adiado por tempo indeterminado. 
Edição que comemorou os 50 anos de 'On The Road', de Jack Kerouac, e uma biografia de Neal Cassady, cuja amizade rendeu ótima literatura e, agora, gera até uma batalha judicial em torno da propriedade da 'Joan Anderson Letter'. 

E para tentar resolver a disputa judicial de uma vez por todas, um advogado que representa a casa de leilões 'Profiles in History' informou que irá protocolar uma ação que leve à instalação de um tribunal que decida, afinal, a quem pertence esse documento fundamental para a história da Beat Generation. 


A responsável pela descoberta da carta, Jean Spinosa, disse que quando viu a carta, no envelope da mesma estava escrito 'A. Ginsberg' e o início dela dizia 'Querido Jack...'. Daí ela pensou que Ginsberg teria enviado a carta para o pai dela, que se chamava Jack Espinosa. Porém, ao continuar a leitura da carta ela se deu conta de que a mesma tinha sido escrita por Neal Cassady e havia sido enviada para Jack Kerouac. 

Quando pesquisou sobre o assunto, Jean Spinosa se deu conta da importância histórica da descoberta. 

Ela chegou a ler uma entrevista de Kerouac para a 'Paris Review' na qual o autor de 'On The Road' disse que se a carta de Cassady tivesse sido publicada, então isso poderia ter permitido que Neal seguisse a carreira de escritor. Jean também começou a ler e a pesquisar tudo sobre os Beats. 

Como é do conhecimento público, o livro de Kerouac influenciou imensamente várias gerações de jovens pelo mundo inteiro, incluindo Bob Dylan e Jim Morrison, só para citar dois grandes nomes da história do Rock.

E para o diretor e fundador do The Beat Museum, de São Francisco, Jerry Cimino, a 'Joan Anderson Letter' é o mais importante documento da história da Beat Generation, sendo mais importante até do que o manuscrito original de 'On The Road', pois a carta de Cassady é que levou Kerouac a mudar o seu estilo de escrever. 

E por isso mesmo a expectativa no mercado de leilões é a de que o valor que a 'Joan Anderson Letter' deverá alcançar no leilão (quando o mesmo se realizar, é claro) irá superar facilmente os US$ 2,4 milhões pagos pelo manuscrito original de 'On The Road' e que foi realizado em 2001. 

Isso explica essa batalha judicial que se trava em torno da propriedade da carta, que é de imensa importância histórica para a Beat Generation. 

E é claro que todos os fãs dos Beats torcem para que tal batalha se encerre o quanto antes, pois querem ver a carta de Cassady devidamente publicada, e o quanto antes, a fim de poder ler a mesma na íntegra. 

Que assim seja. 

Links:

Batalha judicial adia por tempo inderminado o leilão da 'Joan Anderson Letter':

http://www.sfgate.com/books/article/Dec-17-auction-of-famed-Beats-letter-is-halted-5945485.php

Carta de Neal Cassady para Kerouac é encontrada após 60 anos:

http://popeseries.blogspot.com.br/2014/12/carta-de-neal-cassady-que-inspirou.html

Exposição no The Beat Museum exibe 'Joan Anderson Letter':

http://www.sfgate.com/bayarea/article/Lost-On-the-Road-letter-lands-in-North-Beach-5928401.php

Vídeo que mostra a Joan Anderson Letter no The Beat Museum, em S.Francisco:

http://www.sfgate.com/news/item/Neal-Cassady-letter-video-35339.php

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

o retrato em que você não está... - por Laís Grass Possebon

o retrato em que você não está... - por Laís Grass Possebon
Essa menina sabe usar as palavras... Um poema belo, sensível e emocionante da Laís.
Que história é essa de furtar os meus livros, hein, Laís? rs...

o retrato em que você não está
você está naquele velho disco dos doors
que fica na parede do meu quarto
e também está naquela camiseta preta
e no all star vermelho que eu parei de usar
você está no on the road que eu furtei
da sua colossal biblioteca e também
naquela caneca yellow submarine
onde já não tomo mais café ou chá
você está em todo solstício de inverno
e no suéter cinza que se esqueceu de levar
e agora está neste vazio interno
que eu já não sei como sanar
você está na cena final de casablanca
no olhar cansado do humphrey bogart
você está em quase todas as poesias
do rimbaud e do verlaine e do baudelaire
também está nas lentes dos meus óculos
que eu não consigo mais limpar
você está quando escuto radiohead
e quando o jimmy diz you’re tearing me apart
você está nas polaroids do tarkovsky
e também no surrealismo do dalí
você está em todos os meus escritos
e em todos os acordes que estou a ouvir
você está em tantas outras coisas
mas não está no meu último retrato
não importa
pois na verdade
acredito não ser eu quem está ali
(Laís Grass Possebon)
Poema escrito em julho de 2013.

Link:

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Carta de Neal Cassady que inspirou Kerouac a escrever 'On The Road' é descoberta e será leiloada! - por Marcos Doniseti!

Carta de Neal Cassady que inspirou Kerouac a escrever 'On The Road' é descoberta e será leiloada! - por Marcos Doniseti!
Trecho da carta original de 18 páginas que foi escrita por Neal Cassady e na qual ele usou a técnica de 'fluxo de consciência'. Cassady enviou a carta para Kerouac, que devido à sua leitura, decidiu escrever 'On The Road' usando a mesma técnica.

Dias atrás, no dia 24 de Novembro, ocorreu a divulgação da notícia de que foi encontrada a carta escrita por Neal Cassady e que o mesmo enviou para o seu grande amigo Jack Kerouac. 


Na carta, Cassady utilizou-se da técnica chamada de 'fluxo de consciência', procurando escrever aquilo que lhe viesse à mente naquele instante. O uso dessa técnica por Cassady acabou levando Jack Kerouac a utilizar a mesma quando sentou para escrever o clássico 'On The Road', adotando o nome de 'prosa bop espontânea', pois Kerouac dizia que desejava escrever da mesma maneira que os músicos do Jazz Bop (principalmente Charlie Parker) faziam os seus improvisos.

O chamado 'Rei dos Beats' já havia tentado escrever 'On The Road' em oportunidades anteriores, mas não conseguiu concluir a obra. No entanto, ao ler a carta de seu grande amigo Neal Cassady, o mesmo decidiu escrever o seu livro usando da mesma técnica utilizada por este em sua carta. 

Depois disso, a literatura americana e mundial nunca mais foi a mesma... 

Em Abril de 1951, Kerouac montou um rolo de papel vegetal de 120 metros de comprimento, colocou o mesmo na máquina de escrever e, movido a café e benzedrina, e com o uso da técnica do 'fluxo de consciência' (usado por Cassady em sua carta), depois de três semanas consecutivas, ele conseguiu concluir a obra que mudou a história dos EUA, tanto do comportamento da sua juventude, como da literatura que se praticava por lá nesta época. 

Esta era bastante conservadora e formal, principalmente nas Universidades ianques, que ignoravam as inovações dos movimentos e escritores de origem principalmente europeia, mas também até de autores da terra do Tio Sam. Kerouac era um grande admirador de Walt Whitman, Jack London e Mark Twain. 

Kerouac tinha uma memória fenomenal e não se esquecia de nada, sendo chamado na sua infância de 'O garoto memória'. Além disso, ele datilografava de forma extremamente rápida, chegando a escrever 120 palavras por minuto. Logo, está explicado porque ele conseguiu escrever um livro de mais de 400 páginas em apenas três semanas.

Até ler a carta de Cassady, escrita em 17/12/1950, o futuro escritor mais popular dos EUA utilizava-se de uma técnica de escrita convencional, semelhante a que todos os outros escritores 'normais' usavam. Foi a carta de Cassady que mudou tudo, fazendo com que ele decidisse abandonar as regras tradicionais da escrita no momento de criar o clássico imortal no qual se transformou 'On The Road'. Somente isso já é mais do que suficiente para mostrar o quanto a carta de Cassady é importante. 

A carta em questão trata da visão de Cassady a respeito do relacionamento 'selvagem' que teve com uma garota, durante um fim de semana, e que o deixou tão entusiasmado que o levou a escrever essa longa carta. Esta encontrava-se desaparecida há várias décadas, há exatos 65 anos. Para muitos, ela já não existiria, estando perdida para sempre. 
Edição nacional do clássico 'On The Road', da editora L&PM, que lança, todos os anos, inúmeras obras dos escritores Beat, como Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Gregory Corso e Carl Solomon.

A carta ficou conhecida como 'Joan Anderson Letter', pois este era o nome da jovem com quem Cassady teve um final de semana tão alegre e entusiástico...


Ela foi entregue por Kerouac para Allen Ginsberg, que foi outro crucial integrante da Geração Beat, bem como seu amigo por toda a vida. Depois, Ginsberg a enviou para uma pequena editora chamada Golden Goose Press, que foi fundada em Ohio no final de 1940 e que se mudou para Sausalito (localizada na Baía de São Francisco, na Califórnia) no início de 1950. 

Allen Ginsberg enviou a carta para a editora pois entendia que ela merecia ser publicada. Mas os editores da mesma jamais se preocuparam em ler a carta e quando a Golden Goose fechou (entre o final de 1954 e o começo de 1955) a 'Joan Anderson Letter' foi colocada em uma caixa, junto com muitos outros textos e documentos. 

Quando a editora fechou, uma parte dos arquivos da mesma foi doado para o vizinho do dono da Golden Goose (Richard W. Emerson) e a carta foi encontrada pela filha deste logo após a morte de seu pai, que ocorreu há dois anos.  

Tal carta é, segundo Jerry Cimino, o fundador e diretor do 'The Beat Museum' (de São Francisco), 'O Santo Graal da Geração Beat'. 

E segundo a informação mais recente, a 'Joan Anderson Letter' será leiloada no próximo dia 17 de Dezembro. Com certeza, ela deverá ser comprada por um bom valor. Afinal, o manuscrito original de 'On The Road' foi vendido por US$ 2,4 milhões em 2001. 

Agora é torcer para que o futuro comprador da carta de Cassady faça o mesmo que Jim Irsay, que comprou o manuscrito original de 'On The Road',  que permitiu que o manuscrito fosse publicado. 

Então, vamos torcer para que a 'Joan Anderson Letter' também se transforme em um novo livro, que será comprado e devidamente 'devorado' pelos milhões de fãs da Beat Generation espalhados pelo mundo inteiro, incluindo este que vos escreve.

Links:

Joan Anderson Letter é encontrada 

http://www.kerouac.com/blog/2014/11/neal-cassadys-joan-anderson-letter-found/

Carta de Cassady para Kerouac, escrita em Dezembro de 1950, será leiloada:

http://www.npr.org/2014/11/24/366349721/long-lost-letter-that-inspired-on-the-road-style-has-been-found

Carta de Cassady é encontrada

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/11/1552937-carta-perdida-que-inspirou-livro-on-the-road-e-encontrada.shtml

Carta de Cassady é encontrada

http://www.lpm-blog.com.br/?p=25510

Carta de Cassady é encontrada

http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,carta-que-inspirou-livro-on-the-road-de-jack-kerouac-e-encontrada,1598323

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Echo faz excelente show e mostra estar em ótima forma no HSBC Brasil! - por Marcos Doniseti!

Echo faz excelente show e mostra estar em ótima forma no HSBC Brasil! - por Marcos Doniseti!

O Echo, bem no início de sua longa e brilhante carreira. 


Set List
  1. (The Doors cover)
  2. Rust 
  3. Encore:
  4. (A cappella)
  5. Encore 2:

Como sempre acontece quando o Echo and the Bunnymen sai em turnê, eles vieram, mais uma vez, tocar no Brasil.
Foi um show excelente, como sempre, deste fantástico grupo de Rock, o qual é o meu preferido de todos os tempos, junto com o New Order.
Algumas observações sobre o show:
1) A vox do Ian melhorou em relação aos shows das turnês anteriores. Pelo menos eu tive claramente essa impressão. É claro que ela não é a mesma de 1987, mas ainda é uma baita voz e Ian ainda é um expecional cantor;
2) Will Sergeant e a sua guitarra continuam sendo um 'caso de polícia', com aqueles 'sons viajantes' que tira da mesma;
3) O público não foi tão numeroso, infelizmente, mas agitou bastante, principalmente nos grandes sucessos, é claro, como aconteceu em The Killing Moon, The Cutter, Bring On The Dancing Horses e Lips Like Sugar, em especial. 
Nestas músicas, Ian poderia ter ficado mudo, pois o público cantaria para ele;
4) Ian interagiu muito mais com o público do que nas turnês anteriores, conversando e brincando muito mais com os fãs. Gostei;
5) A banda fez dois bis no show, algo que não aconteceu nas turnês anteriores;
6) Como sempre, o grupo tocou músicas de quase todos os discos e de todas as fases da sua já longa e brilhante carreira, mantendo o nível do começo ao fim do show;
7) Faltaram muitas músicas, é claro, que eu gostaria que eles tivessem tocado. Mas se eles fossem tocar tudo o que eu gostaria, eles estariam tocando até agora, coitados... rs;
8) Foi um show excelente e que valeu cada centavo gasto para vê-lo;
9) Ian bebeu muita caipirinha durante o show, como sempre acontece desde a primeira turnê deles no Brasil, lá em 1987;
10) Assisti ao Echo, pela primeira vez, em 1987, no Palácio das Convenções do Anhembi. Vi dois shows daquela turnê. No primeiro ao qual assisti (foi o segundo que fizeram na capital paulista) o grupo retornou cinco vezes para o palco. Foi fantástico, antológico e inesquecível. Até hoje este é o melhor show que vi na vida. 
E olha que já vi muitos (U2, Rolling Stones, Black Sabbath, Page & Plant, New Order, The Cure, Sting, Sonic Youth, Pixies, Soundgarden, Aerosmith, Franz Ferdinand, Simple Minds, Interpol, Coldplay, Roger Waters, etc, etc, etc);
11) Assistir a um show do Echo é como rever bons e velhos amigos;
12) Volta logo, Echo.
Obs: No link vocês podem ver o Setlist do show do Echo and the Bunnymen, realizado no HSBC Brasil, ao qual eu tive o prazer de assistir.
Obs: Tirei algumas fotos e fiz alguns vídeos no show. Quando tiver um tempo livre eu postarei os mesmos aqui.

Links:

Setlist do show do Echo no HSBC Brasil:
Echo and the Bunnymen mostra ótima fase em show no HSBC Brasil: