"Fringe' - Uma dose de uísque com cortexiphan, por favor!
- por Laysa Zanetti, do seu blogAlguns dos principais símbolos de 'Fringe'.: Cavalo Marinho, sapo, mão com seis dedos. |
Dizer que essa foi a primeira vez que uma história fictícia mexeu tanto comigo é mentira. Durante 10 anos, fui uma potterhead ferrenha, que na época mais obscura da pré-adolescência comprava todas as revistas com o trio na capa e tinha pôsteres e mais pôsteres espalhados pelo quarto.
Entrei no cinema pela primeira vez por causa de Harry Potter e a Pedra Filosofal, uma criança meio perdida e bastante animada. Saí da sessão de Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2 uma jovem-adulta idiota com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar (mesmo sendo a sexta vez que eu ía assistí-lo). Desde os meus 10 anos de idade eu tenho um histórico com a obsessão. Literatura, bandas, filmes, artistas, pessoas, sempre há um ou outro que marca mais e vai ter sempre seu lugar especial no meu coração. É assim comigo, é assim com muita gente, talvez até com você. E achar que amar demais é besteira é coisa de gente rasa.
É por isso que eu sinto um orgulho pessoal toda vez que alguém me diz que viu algo de Fringe e lembrou-se de mim. Fico com o ego nas alturas quando convenço alguém a começar a assistir Fringe e a pessoa me diz que tá adorando. Choro de alegria toda vez que dizem por aí que somos os melhores e mais dedicados fãs que uma série poderia ter. E nunca vou ter vergonha de dizer que amo tudo isso com uma força que eu nunca imaginei ser capaz.
É engraçado que as melhores coisas da nossa vida sempre começam despretensiosas. Fringe me conquistou nos primeiros teaser trailers que vi na Warner. Aqueles só com os glyph codes. Nem o nome da série eu sabia. Só tinha certeza de que aquilo era definitivamente algo que eu não poderia deixar de conferir.
E daí não teve erro; foi amor ao primeiro episódio.
Dos confins de 2008 pra cá, muita coisa aconteceu. Descobri que sou apaixonada por desafios, que Ficção Científica é o melhor gênero já inventado pela humanidade, que um público dedicado à causa é perfeitamente capaz conseguir o que quer. Aprendi com os Bishop que a família é a coisa mais importante da minha vida. Aprendi com a
Olivia, embora às tortas, que eu não preciso ser forte o tempo todo; tudo bem se entregar aos sentimentos quando eles valem a pena.
Walter Bishop me mostrou que eu não posso nunca perder as esperanças de que as coisas vão melhorar, que temos o bem e o mal dentro de nós, que todo mundo é capaz de se arrepender.
Peter ainda está me fazendo pensar em coisas e mais coisas… a importância do perdão, o quanto eu posso ser alguém muito mais importante do que sou capaz de imaginar, e que eu preciso sempre me lembrar do lugar de onde eu vim, e, vá lá, ser uma pessoa melhor que aqueles que não foram tão bons assim comigo.
Fringe não é só um seriado de ficção que fala sobre coisas como controle mental e tele-transporte e realidades paralelas. Fringe é um seriado que me fez parar pra pensar se coisas como controle mental, tele-transporte e realidades paralelas são teoricamente possíveis. É uma produção que mexeu comigo de todas as maneiras possíveis.
Brincou com o meu lógico, com meu sentimental, meu sono, minha saúde, minhas lágrimas, meus risos, meu peso, e até com a paciência dos meus amigos que dezenas de vezes ainda são obrigados a ouvirem minhas recusas a sair porque “hoje é dia de Fringe!!!”.
Durante 5 temporadas, os responsáveis por essa maravilhosa produção fizeram com que muitas pessoas ao redor do mundo se conhecessem e se unissem em prol de uma causa: manter um dos melhores seriados já produzidos no ar, dar a ele mais uma chance de provar que é capaz de encantar, deixar que ele arranque de seus fãs uma última lágrima e um último riso.
E deixar que ele continue conquistando mais pessoas que vão dizer “Ai meu Deus, porque é que eu nunca vi esse seriado antes?”, e fazer com que os velhos fringies tenham seu orgulho renovado de terem conseguido, com a força da união, fazer com que tudo isso fosse possível.
Ainda não acabou, mas tá quase. Mais cinco Fringe Fridays e depois tudo que haverá são lembranças, box sets das temporadas e uma White Tulip tatuada no braço pra ter certeza de que não vou nunca me esquecer de manter as esperanças e a fé.
Não vou mentir: vai fazer uma falta danada.
Não faço a menor ideia do que vou sentir quando for obrigada a dizer o último adeus a essas pessoas que mudaram a minha vida, a esses amigos que eu sinto que conheço muito mais que bastante gente que é “de verdade”.
Nina, Broyles, Astrid, September, William, Lincoln, Charlie, John, obrigada por fazerem história. “Perfect Little Soul”, pra você eu nem sei o que dizer. Você arrancou meu coração e passou por cima dele com uma Bateria de Escola de Samba. Só espero que você saiba o quanto foi amada.
E vocês três, vocês mesmo… por favor, surjam com uma solução para o que vai ser da minha vida sem vocês.
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