segunda-feira, 31 de outubro de 2016

The Doors lança novo disco, com músicas gravadas no 'London Fog' em 1966! - Marcos Doniseti!

The Doors lança novo disco, com músicas gravadas no 'London Fog' em 1966! - Marcos Doniseti!
The Doors, na época em que se apresentavam no 'London Fog', em Los Angeles. 
O genial grupo The Doors, um dos mais importantes e influentes da história do Rock, começou a sua carreira musical tocando em um nightclub de Los Angeles chamado 'London Fog'.

Eles foram a 'banda da casa' por cerca de 3 meses (entre Fevereiro e Maio de 1966) e, depois, acabaram sendo contratados para tocar no 'Whisky a Go Go', de onde despontaram para o sucesso.

Nesta época, Jim Morrison ainda se recusava a cantar de frente para o público, ficando de costas para o mesmo, devido à sua timidez. E o grupo combinava, nas apresentações, músicas de sua autoria e versões de clássicos do Blues e do Rock'n'Roll.

Foi neste período, também, que a clássica 'The End' deixou de ser uma simples canção de amor, para se transformar na canção bela, triste e épica que conhecemos.

Agora, teremos o lançamento de um disco com algumas gravações ao vivo feitas nesta época, em que o The Doors tocava no 'London Fog', e que foram descobertas recentemente.

O disco irá se chamar 'London Fog 1966' e será lançado em 09/12/2016 em formato Box Set de CD e Vinil, junto com algumas fotos do período em que o grupo se apresentava no local.

As músicas foram remasterizadas por Bruce Botnick, engenheiro de som dos álbuns do The Doors e co-produtor do último disco do grupo com a formação completa (o clássico 'L.A.Woman', de 1970/71).
Ray Manzarek, Jim Morrison, John Densmore e Robbie Krieger: Os três meses em que tocaram no 'London Fog' foram muito importantes para o crescimento musical do grupo, que foi aperfeiçoando as suas apresentações, bem como melhorando as suas composições. 

O novo disco terá 7 músicas:

“Rock Me” (Muddy Waters)
“Baby, Please Don’t Go” (Big Joe Williams)
“You Make Me Real” (The Doors)
“Don’t Fight It” (Wilson Pickett)
“I’m Your Hoochie Coochie Man” (Muddy Waters)
“Strange Days” (The Doors)
“Lucille” (Little Richard).

Como se percebe, o repertório inicial do grupo mostra uma grande influência do Blues (o que foi uma marca do The Doors durante toda a sua existência) e, em menor grau, do Rock'n'Roll.

Posteriormente, o The Doors concebeu uma música e um show muito mais completo e sofisticado, que incorporou outros elementos de Teatro, Cinema e Poesia.

Isso era algo inédito no Rock, que ainda era considerado um estilo musical de menor importância e de qualidade inferior por grande parte da crítica e da imprensa musical.

Nos EUA, antes do The Doors, os grupos de maior sucesso eram os de surf music, tipo os Beach Boys da primeira fase, e cuja música era, em grande parte, uma cópia descarada do Rock'n'Roll dos anos 1950, mas com muito menos qualidade, rebeldia e agitação. 

Também tínhamos os 'Monkees', grupo criado pela CBS, rede de TV dos EUA, para fazer frente à chamada 'British Invasion', liderada por Beatles e Rolling Stones e que levou as paradas de sucesso ianques a serem lideradas pelos grupos britânicos, principalmente no período 1964-1966.

O The Doors foi um dos grupos responsáveis por essa mudança qualitativa, que levou o Rock a um novo patamar de criatividade, qualidade e de inovação.

E o padrão de qualidade do Rock, na época, melhorou tanto que até Bob Dylan acabou de ganhar, agora, o Prêmio Nobel de Literatura, o que não deixa de ser um reconhecimento à qualidade da música e das letras criadas pelos principais grupos e artistas de Rock daquele período: Beatles, Rolling Stones, The Who e, é claro, The Doors. 

Obs1: Tal prêmio também foi um reconhecimento, indireto, da qualidade literária dos textos dos escritores da Beat Generation (Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Lawrence Ferlinghetti, Gregory Corso), que jamais foram agraciados por um Nobel, o que foi uma grande injustiça, sem dúvida.  

Com tudo isso, o grupo se tornou um dos mais relevantes da história do Rock, cuja influência é até difícil de medir, sendo muito forte ainda nos dias atuais.
O busto de Jim Morrison, em seu túmulo no cemitério Père Lachaise, em Paris, já foi roubado tantas vezes que ele não foi mais substituído. Seu túmulo é uma das principais atrações turísticas da cidade. 

E as apresentações explosivas e sensacionais do grupo, especialmente quando Jim Morrison estava inspirado, entraram para a história do Rock. Mas infelizmente foram feitas poucas filmagens e gravações do The Doors quando o grupo estava no auge do sucesso e da forma musical.

O lançamento deste disco, com certeza, será muito bem recebido pelos fãs deste grupo fantástico, pois os mesmos terão a oportunidade de ouvir o The Doors  em seu nascedouro.

O fim do The Doors ocorreu depois que os membros remanescentes gravaram mais dois discos, que não repetiram o sucesso da época em que Jim Morrison estava no grupo: 'Other Voices', de 1971, e ''Full Circle', de 1972. Estes são bons discos mas, sem Jim, eles não receberam a mesma atenção da época em que o genial poeta e vocalista era integrante do grupo. 

Posteriormente, Ray Manzarek, Robby Krieger e John Densmore lançaram, em 1978, um novo álbum ('An American Prayer'), com novas músicas, que acompanhavam Jim declamando as suas poesias, de gravações feitas por ele em 1970. 

A popularidade do The Doors chegou a tal ponto que, mesmo após a morte de Jim Morrison e o fim do grupo, o local em que Jim Morrison foi enterrado (sim, ele morreu, mesmo... infelizmente), no cemitério Père Lachaise, tornou-se centro de peregrinação de roqueiros, poetas e de fãs do grupo originários do mundo inteiro.

Longa vida ao The Doors!
The Doors, na época do lançamento de seu primeiro álbum ('The Doors', 1967), que tornou-se um clássico absoluto do Rock.

Link:

The Doors lançará disco ao vivo, da época do 'London Fog' (1966):

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