'Brave New World' (parte 1) foi um episódio épico e monumental!
O penúltimo episódio desta 4a. temporada de 'Fringe' foi um melhores e mais brilhantes de todas as temporadas da série. Todos os elementos que fizeram desta uma das melhores séries de ficção-científica da história estavam presentes: mistério, suspense, amor, romance, ação, tragédia... Enfim, estava tudo lá.
E o episódio, pode-se afirmar sem medo de exagerar, foi algo épico e monumental, aprofundando a Mitologia do seriado de tal maneira que poderá levá-la, com certeza, a explorar novos mundos e novas realidades, indo aonde nenhum habitante do mundo de 'Fringe' jamais esteve... Estão percebendo alguma referência a 'Star Trek'? Não é à toa e mais adiante, no texto, vocês entenderão a razão disso.
'Brave New World' começa com várias pessoas morrendo de forma misteriosa após os seus lábios ficarem negros e elas soltarem uma fumaça pela boca. Uma das mulheres, espertamente, nota que apenas aquelas pessoas que se movem é que morrem e ela fica imóvel, conseguindo se salvar.
As investigações feitas por Walter (com a ajuda sempre inestimável de Alex, Astro, Asterix, Asteróide, Aspirina, ou melhor, Astrid...) , no próprio local do incidente, revelam que a escada rolante estava 'infectada' por nano-robôs e que estes são os 'culpados' pelas mais de vinte mortes nesse mesmo tipo de situação, sendo que eles se alimentam da energia gerada pelas células dos organismos das vítimas. Aliás, o que conecta as vítimas é o fato de que todas elas usaram a escada rolante e, por isso, foram contaminadas. Walter diz que qualquer mínimo esforço ativa os nano-robôs, matando os seus hospedeiros.
O caso especial de Jessica gera várias perguntas, como: Por que Jessica, mesmo contaminada pelos nano-robôs, não morreu? Por que ela pôde se mover e, mesmo assim, continuou viva? O que existe, em seu organismo, que conseguiu retardar, ou controlar, a ação dos nano-robôs?
Porém, como vimos na sequência do episódio, embora Walter tenha conseguido desenvolver um antídoto para anular os nano-robôs, antes que isso acontecesse Olívia segurou a mão de Jessica e, assim, conseguiu anular a ação deles sobre o corpo dela.
E a ação de Olívia, 'curando' Jessica, também gera uma pergunta: Afinal, os nano-robôs no organismos de Jessica teria sido ativada no laboratório de Walter, por alguém de fora (pelo criador dos nano-robôs, é claro, que na sequência do episódio descobriremos que é... William Bell) com o objetivo de testar os poderes de Olívia?
Entendo que toda essa situação, envolvendo os nano-robôs, pode ter sido criada por Bell justamente com o objetivo de descobrir quais são os poderes de Olívia e até onde eles vão. Que Bell foi o responsável pelo 'teste' com os nano-robôs, isso ficou bem claro no episódio. Resta descobrir, no entanto, quais eram os seus objetivos com o mesmo? Tudo indica que o 'teste' está ligado aos poderes de Olívia.
Se Bell é o inimigo (o que não fica claro neste episódio, muito pelo contrário, e por razões que comentarei na sequência), então ele teria feito tudo isso para testar Olívia, contra a qual terá que lutar. Daí, Bell poderia pensar em uma forma de tentar neutralizar ou enfraquecer os poderes dela. Ele sabe que ela, Olívia, é a maior ameaça aos seus planos e, por isso, estaria procurando obter o máximo de informações a respeito dela a fim de tentar neutralizá-la, de alguma forma.
Não podemos esquecer que, em 2036, Walter demonstra possuir um ódio profundo de Bell em função de algo que este tentou fazer com Olívia. E tudo aponta para o fato de no próximo episódio, o último do 4o. ano, teremos o esclarecimento do que foi que Bell fez para que Walter ficasse com tanto ódio dele, afinal.
E mesmo que Bell não seja o inimigo a ser combatido, ele pode ter organizado o teste dos nano-robôs com a finalidade de saber até onde vão os poderes de Olívia para que tente, de alguma, utilizá-los a fim, é claro, de atingir os seus objetivos, sejam eles quais forem.
Neste episódio, William Bell se comportou como o Canceroso (o grande vilão de Arquivo-X). Ele ficou nos bastidores controlando tudo o que acontecia, já antevendo, inclusive, os passos das peças (ou seja, dos demais envolvidos... Walter, Peter, Olívia, Jones, Jessica, etc) do jogo de xadrez que ele organizou.
Na cena em que Olívia usou do seu poder mental para manipular as células e 'curar' Jessica, ocorreu uma queda de energia em todo o laboratório. E depois que ela parou de usar o seu poder, a energia voltou. Isso mostra que a Olívia tem o poder de 'sugar' a energia ao seu redor. E se ela fez isso no laboratório, então ela poderá usar esse poder em outras situações, demonstrando poderes muito mais significativos, envolvendo uma quantidade muito maior de energia.
Aliás, o próprio Walter diz que não sabe como é que Olívia conseguiu fazer essa manipulação a nível celular. Talvez isso seja resultado do fato de que Olívia foi, novamente, submetida a aplicações de Cortexiphan por Jones (logo, ele fez isso por ordem de Bell). Será que esse Cortexiphan que foi aplicado em Olívia, no início desta quarta temporada, teria sido aperfeiçoado por Bell e é isso que permite que Olívia desenvolva poderes e habilidades que nem o próprio Walter consiga compreender? Talvez.
E os poderes de Olívia, como se percebe neste episódio, são muito maiores do que se pensava, chegando até a amedrontar a própria Olívia. Porém, Peter diz que irá ajudá-la e que eles enfrentarão tudo isso juntos, que não irá perdê-la novamente, beijando-a na sequência.
A questão a ser respondida (e também para qual o Bell também deseja conhecer a resposta) é: Afinal, até onde vão os poderes de Olívia? Eles seriam tão grandes que ela, na visão de Bell, poderia começar a representar uma ameaça para os seus planos? Caso a resposta seja positiva, então isso explicaria uma ação do Bell tentando eliminar a Olívia e, daí, o ódio do Walter contra ele, Bell.
Há uma cena nesta episódio que considero de grande importância para a compreensão da trama neste final de temporada. Depois que Walter analisou os nano-robôs e concluiu que os mesmos eram criação do Bell, aparece o Jones indo conversar com Bell e Jones vê um jogo de Xadrez e comenta sobre o mesmo com ele. Daí, Bell diz que aquele jogo já tem 20 anos, que a posição das peças não mudou durante todo esse tempo e que é muito difícil mover uma peça, sendo que é preciso muita paciência para jogá-lo.
Daí, na sequência, Bell diz que um Bishop (ou seja, um Bispo) terá que ser sacrificado. O Bispo sacrificado, no fim, foi o próprio Jones, algo que ele compreendeu apenas quanto estava morrendo.
Então, se Jones é o Bispo, então o Rei é o Bell, pelo menos na visão deste. Isso mostra que, de certa maneira, Bell está jogando Xadrez com todos os personagens da série e é como se estes fossem as peças do jogo que ele organizou, desde o início.
Nas primeiras três temporadas de 'Fringe', as histórias estavam, quase todas, relacionadas às pesquisas que Walter e Bell fizeram, juntos, no laboratório em Harvard e, depois, aos projetos desenvolvidos por Bell na Massive Dynamic, onde Jones também trabalhou. Porém, eles acabaram seguindo caminhos diferentes.
No entanto, Walter torna-se uma espécie de Rei destronado, indo parar no hospital psiquiátrico, e Bell é o Rei triunfante, que cria a Massive Dynamic e transforma na pessoa mais rica do mundo e uma das mais influentes e poderosas.
Muito interessante foi a maneira como Walter descobriu que Bell frequentou o hospital St. Claire's, na época em que ele ficou internado, a fim de obter informações e roubar os conhecimentos dele, Walter. E a cena na qual ele conversa com a diretora do hospital é hilária, deixando Peter e Olívia bastante constrangidos, e olha que eles já estão acostumados com as esquisitices dele, hein!.
Neste jogo de Xadrez organizado por Bell, Nina é a sua Rainha nos dois Universos. Em ambos, nas duas versões do seu personagem, ela é uma aliada de Bell. E em cada um destes Universos, tínhamos personagens que exerciam as funções das peças de um jogo de Xadrez.
No Universo Azul, por exemplo, temos: Walter como um Rei, pois ele é Bell é que desenvolveram as pesquisas que geraram, fundamentalmente, quase tudo o que aconteceu na série durante estas quatro temporadas)
Olívia é que desempenharia a função de Rainha, devido aos seus imensos poderes desenvolvidos a partir dos testes com o cortexiphan. Peter seria o Bispo, que é influente e importante, mas que tem consciência de que há peças mais importantes e poderosas do que ele. Inclusive, esse comportamente de Peter vem desde o início da série, e que é perfeitamente representada nas oportunidades em que Olívia dava ordens para ele, que dizia 'Ela é a mulher que tem a arma', ou seja, que tem o poder de tomar decisões, às quais ele acata sem questionar.
Aliás, essa tese de que tudo (ou quase tudo...) em 'Fringe' faz parte de um jogo de Xadrez é reforçada por uma frase dita pela Nina-alt para a Olívia-alt no episódio 'The Consultant' (4X18). Neste, Walter sugere para a Olívia-alt que Broyles deve ser o aliado de Jones na Divisão Fringe, logo depois dela ter afirmado que havia investigado todos os 108 integrantes da mesma e que não havia encontrado uma única evidência de envolvimento de qualquer um destes com Jones. Daí, a Olívia-alt vai até a prisão, conversar com Nina-alt e pergunta sobre Broyles (na clássica jogada de 'jogar verde para colher maduro') e ela diz que "Broyles é só mais um peão". E peões são o que mais temos no jogo de... Xadrez. No episódio 'Ability', da 1a. temporada, Mitchell também havia dito que Jones era apenas um peão em toda a história... (obs: agradeço a Bruna Mota e Bruna Márvila, do grupo 'Fringe - Brasil' do Facebook, pela lembrança do peão).
Portanto, para William Bell, tudo que aconteceu nas décadas anteriores seria parte de um grande jogo de Xadrez e no qual ele procuraria sempre manipular as peças (ou seja, os personagens) e as situações de acordo com os seus planos e interesses. O fato de que foi ele que criou os nano-robôs e manipulou todas as situações que se desenvolveram neste episódio deixaram isso bem claro.
Assim, é possível concluir que Bell está tentando, com todos os seus planos (incluindo o de destruir com os dois Universos e o de criar um novo) justamente, mudar a posição das peças (ou seja dos personagens) de uma maneira que seja mais conveniente para ele, é claro.
Também ficamos sabendo que, nesta Timeline Reescrita, Bell teria morrido aos 97 anos, em um acidente de carro. Nina chega a dizer (para Walter e Olívia) que viu o cadáver dele. Falta explicar, portanto, como Bell voltou à vida. Seria através do uso do 'imã de almas'? Talvez.
Na parte final do episódio, vimos uma cena a 'la Indepedence Day', com um imenso edifício sendo destruído por raios de sol manipulados por Jones. É claro que Peter e Olívia vão até o local, tentando desligar as antenas que estão controlando os satélites. Porém, Jones os está esperando e tentará eliminar o Bispo (ou seja, Peter) do jogo.
Mas, neste momento, Olívia faz uso dos seus imensos poderes e consegue, inicialmente, tirar as armas dos seguranças que a ameaçavam e, na sequência, manipular o corpo de Peter para que este conseguisse derrotar Jones na luta que travavam. Como resultado disso, Jones morre, com parte do seu rosto se desintegrando, algo que também havia acontecido no episódio final da 1a. temporada, quando ele foi cortado ao meio ao tentar atravessar para o Universo Alternativo.
Porém, para tristeza e choque de muitos fringemaníacos, no final do episódio vimos Astrid ser atingida mortalmente. Mas, daí surgem as dúvidas: Se ela morreu neste episódio, então como é que ela está viva em 2036, tal como vimos no episódio 'Letters of Transit'? Será que 'Letters of Transit' mostrou um futuro em uma Linha Temporal diferente desta que estamos vendo atualmente? Ou será que Bell e Walter usaram de alguma tecnologia avançada (que mal se distingue da Magia, como falava Arthur C. Clarke) a fim de poder ressuscitá-la? Aliás, em um momento do episódio, vimos que Walter fala que o Cortexiphan tem o poder (mesmo que temporário e parcial) de regenerar tecidos. Será que essa tecnologia foi usada para trazer Astrid de volta à vida. Ou então, Astrid está apenas ferida.
Vamos aguardar para ver qual será a solução adotada para isso.
Mas é claro que Walter não pensa que Bell seja o seu amigo, ainda mais depois de matar Astrid, não é mesmo?
Como se percebe, este foi um episódio épico e monumental, um dos melhores da história do seriado, e a promo (que você já pode ver aqui no blog) do próximo episódio lança novas dúvidas e questionamentos, menos um: Brave New World (parte 2) será um episódio fantástico e teremos um final de temporada de 'arrebentar a boca do balão', deixando todos os fringemaníacos com água na boca e numa expectativa imensa com relação à 5a. e última (infelizmente) temporada de 'Fringe'.
Obs: Quero agradecer aos amigos do grupo 'Fringe - Brasil' do Facebook, pois muitas reflexões importantes que faço neste texto surgiram a partir do fato de ter assistido ao episódio junto com eles, via Internet (é claro) ontem à noite, e dos debates que travamos logo após o final do episódio e que continuaram no dia de hoje. A todos os meus mais sinceros agradecimentos.
Links:
Grupo 'Fringe - Brasil' do Facebook:
http://www.facebook.com/#!/groups/196359697123586/
Joshua Jackson e o personagem misterioso do final de temporada:
http://popeseries.blogspot.com.br/2012/04/fringe-joshua-jackson-diz-que-aparecera.html
Afinal, porque Bell e Jones seriam aliados?
http://popeseries.blogspot.com.br/2012/04/fringe-por-que-bell-e-jones-seriam.html
2 comentários:
Amigo, belíssima síntese de tudo o que vínhamos discutindo.
Para quem ainda tem alguma dúvida do brilhantismo da série... eis a resposta em forma de xadrez.
Obrigado, Virgínia.
Graças à sua participação e a de todos do grupo lá no Facebook é que eu pude escrever esse texto.
Fico feliz que tenha gostado.
Volte sempre ao blog.
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