domingo, 3 de julho de 2016

'Gli Sbandati' ('Os Refugiados') é um belo filme sobre o amor, a guerra e as diferenças de classe na Itália fascista! - Marcos Doniseti!

'Gli Sbandati' ('Os Refugiados') é um belo filme sobre o amor, a guerra e as diferenças de classe na Itália fascista! - Marcos Doniseti! 
'Gli Sbandati' ('Os Refugiados'; 1955) foi o primeiro longa-metragem da carreira de Francesco Maselli, que conta uma história de amor em meio a Segunda Guerra Mundial. As diferenças de classe tornam tudo mais difícil no relacionamento entre Andrea e Lucia (brilhantemente interpretada pela belíssima atriz, e ex-miss Itália de 1947, Lucia Bosé).

A produção de Gli Sbandati!

"Gli Sbandati" foi o primeiro (e excelente) filme do diretor italiano Francesco Maselli, que tinha formação neorrealista e que, na época em que o dirigiu tinha apenas 26 anos. Cinco anos depois, Maselli fez um outro excelente filme, que foi 'Il Delfini' ('Os Delfins', de 1960), no qual contou com a participação de outra lindíssima atriz (Claudia Cardinale). 

Em 'Il Delfini' também tivemos o desenvolvimento de uma trama a respeito de um tema que já havia aparecido em 'Gli Sbandati', que é o fato das desigualdades sociais dificultarem e até impossibilitarem as histórias de amor entre as pessoas em função da hegemonia dos valores da burguesia na sociedade. 

Esse tema, inclusive, também voltaria a ser trabalhado por Maselli em 'Gli Indifferenti' ('Os Indiferentes', produzido em 1964), onde novamente o diretor trabalhou com a belíssima Claudia Cardinale, mas cujo resultado final não foi tão bom quanto o dos dois filmes anteriores. 

Então, de certa maneira
, estes três filmes de Maselli estão conectados em suas histórias e formam uma espécie de 'Trilogia dos Valores Burgueses'. 

Antes deste belo 'Gli Sbandati' o cineasta Francesco Maselli tinha dirigido vários documentários, realizados entre 1949 e 1954, e também havia trabalhado como assistente de Michelangelo Antonioni (em Cronaca di um Amore, em 1950, e em La Signora Senza Camelie, em 1953), de Luciano Emmer (Le Ragazze di Piazza di Spagna, 1952) e de Luchino Visconti em um segmento do filme Siamo Donne ('Nós, as Mulheres', 1953) e também na condição de assistente.

A Condessa Luisa e Ferruccio apoiam os Nazi-Fascistas e agem em favor dos mesmos. Assim, por meio destes personagens, o diretor Maselli mostra que uma parte da Burguesia italiana manteve o seu apoio ao Nazi-Fascismo mesmo depois que a Itália foi invadida pelos Aliados (comandados pelos EUA e pela Grã-Bretanha).

Estes trabalhos anteriores dos quais ele participou mostram claramente que a formação de Maselli como cineasta se deu na 'escola' do Neorrealismo cinematográfico italiano, do qual estes três brilhantes cineastas também foram integrantes. E a influência do Neorrealismo é bem evidente neste clássico filme. 

Aliás, Luchino Visconti ajudou (financeiramente) a produzir 'Gli Sbandati', cuja realização foi dificultada, na época, em função da censura e perseguição que era promovida pelo governo conservador do Partido Democrata-Cristão contra os filmes que eram realizados por diretores Neorrealistas, que eram quase todos ligados ao PCI (Partido Comunista Italiano). 

O PCI era o principal partido de oposição e também foi o segundo maior partido italiano entre 1948 e 1991, quando se dissolveu, de maneira incompreensível, pois ainda era muito bem votado, sendo que alcançou os 27,6% dos votos em sua última eleição, para o Parlamento Europeu, em 1989, mantendo a sua condição de segundo maior partido do país. Apesar disso, os cineastas ligados ao PCI nunca foram bem vistos pelo governo direitista italiano. 


E este era justamente o caso de Francesco Maselli que, em seus filmes, fazia duras críticas à Burguesia italiana devido ao fato de que a mesma, durante muito tempo, apoiou o regime Fascista liderado por Benito Mussolini, que beneficiou imensamente aos Grandes capitalistas do pais. Em função disso o filme contou com um orçamento bastante limitado e isso explica o fato de que ele tenha uma duração de apenas 75 minutos, embora a história fosse muito boa e permitia que o filme durasse muito mais.

O regime Fascista liderado por Mussolini reprimiu brutalmente o movimento operário e arrochou os salários dos trabalhadores, o que fez com que o povo italiano continuasse vivendo na pobreza. Os problemas sociais continuaram existindo, incluindo  o desemprego, a criminalidade, fome, miséria, o que se combinava com a corrupção e ineficiência do regime Fascista.

E também é interessante notar que a protagonista de Gli Sbandati é a belíssima Lucia Bosé, que tinha 24 anos quando participou deste filme, que também havia atuado em três destes filmes nos quais Maselli trabalhou (os dois que foram dirigidos por Antonioni e o de Luciano Emmer). 
 Andrea, integrante da nobreza capitalista italiana, se apaixona pela jovem, bela e sensual Lucia, de origem proletária. O fato de pertencerem a classes sociais distintas irá dificultar o relacionamento deles. 

O contexto histórico!

A história do filme se desenvolve durante a Segunda Guerra Mundial, durante o Verão de 1943 (Junho-Setembro), num momento em que a Itália está sendo invadida pelas forças militares dos Aliados (lideradas pelos EUA e Grã-Bretanha). Com isso, nos meses subsequentes, uma área crescente do território italiano (o Sul e a maior parte da região Central) acabou caindo sob o domínio das forças Aliadas.

Obs1: O Brasil criou a FEB (Força Expedicionária Brasileira), enviando 25 mil soldados para lutar na Itália, sob o comando do Exército dos EUA. O fato do país ter lutado contra as ditaduras Nazi-Fascistas de Hitler e Mussolini na Europa contribuiu bastante para que a ditadura do 'Estado Novo' fosse derrubada em 1945. 

A Itália era uma aliada da Alemanha Nazista desde que entrara na Guerra, em 10/06/1940, sendo que era muito bombardeada pelos Aliados em função disso. A invasão aliada da Sicília começou em 10/07/1943 e resultou na derrubada da ditadura Fascista e na prisão de Mussolini, o que ocorreu em 25 de Julho de 1943. E o novo governo do país (liderado pelo Marechal Badoglio) decidiu assinar (em 08 de Setembro de 1943) um armistício e passar para o lado dos aliados.

É bom ressaltar que tivemos a participação, no elenco do filme, de vários futuros diretores de cinema, como são os casos de Giuliano Montaldo (que fez 'Giordano Bruno', produção de 1973, e 'Sacco e Vanzetti', de 1971) e de Jean-Pierre Mocky (que interpreta Andrea). Eriprando Visconti, um dos roteiristas do filme de Maselli, também se tornou diretor posteriormente. 
A belíssima Lucia Bosé interpreta Lucia, uma jovem proletária que se envolve romanticamente com Andrea, que é um rico membro da Nobreza Capitalista de Milão. 
Obs2: A bela fotografia do filme, de autoria de Gianni Di Vennanzo, realça o clima meio que fantasmagórico da região, com suas fortes neblinas, localizadas no Vale do Rio Pó, o que reflete também o clima político e social, nebuloso, de indefinição política e ideológica, que caracterizava a Itália nos meses iniciais após a invasão do país pelos Aliados.  

Porém, na região Norte do país, tivemos a invasão promovida pelos alemães, que libertaram Mussolini e implantaram a chamada 'República Social Italiana', também conhecida por 'República de Saló' (nome da cidade que foi escolhida para ser a capital da RSI), que foi um governo Fascista fantoche que era inteiramente dominado pela Alemanha Nazista.

Mussolini não mandava nada neste governo, sendo mantido, literalmente, em prisão domiciliar pelos nazistas alemães, que tomavam todas as decisões. 
Carlo, Andrea e Lucia. O primeiro era um amigo de Andrea e que rejeitava o Fascismo. Enquanto isso, Andrea e Lucia tentavam levar um relacionamento que era marcado pelas fortes diferenças classistas. 


Neste período, a rica cidade de Milão, uma das mais industrializadas do norte da Itália, estava sob domínio Nazi-Fascista e era constantemente bombardeada pelos Aliados. Isso fez com que a família de uma Condessa (Luisa), que é simpatizante do Nazi-Fascismo, buscasse refúgio na sua propriedade rural, que fica numa pequena e isolada vila (Malga), localizada nas proximidades de Milão.

Nesta região, as comunicações telefônicas com a grande e rica cidade industrial estão interrompidas e a população local não fica sabendo praticamente nada sobre o que está acontecendo no país. As informações chegam por meio do rádio, mas elas são vagas e genéricas, sem entrar em detalhes sobre o que, afinal, está ocorrendo na Itália.

Obs3: O filme mostra, muito bem, o quanto os italianos ainda estavam divididos, em termos classistas, neste momento da Segunda Guerra Mundial, sendo que uma parte da elite italiana ainda simpatizava com o Nazi-Fascismo e colaborava com o mesmo, enquanto que as camadas populares já estavam intensamente envolvidas com a Resistência anti-fascista. Não é à toa, portanto, que é a proletária Lucia quem vai pedir a colaboração do nobre capitalista Andrea para que o mesmo ajude os soldados italianos que fogem dos nazistas alemães, enquanto que o nobre burguês Ferruccio vai dedurá-los para os governantes fascistas da vila e a Condessa irá pedir a ajuda dos alemães. 

Andrea e Lucia voltaram a se ver depois que ela foi pedir a ajuda dele para proteger os soldados italianos fugitivos. E o romance entre eles recomeçou. 

A trama do filme!

A guerra na região norte, na qual os Fascistas continuam sendo aliados dos Nazistas, faz com que um número crescente de pessoas fuja do conflito, deslocando-se para as regiões mais afastadas, longe dos locais em que a guerra se desenvolve, como é o caso da pequena vila na qual transcorre a história do filme. 

Nesta vila, algumas famílias locais acabam por dar abrigo às famílias de refugiados, que fogem da guerra, permitindo que vivam temporariamente no lugar. Uma destas famílias de refugiados é a da belíssima Lucia, de origem proletária, que acaba sendo abrigada por uma família da nobreza capitalista local, liderada pela Condessa Luisa. 

Embora a Condessa Luisa (proprietária de indústrias, ou seja, é uma nobre capitalista) desaprovasse a ideia de abrigar os refugiados, seu jovem filho, Andrea (de 20 anos), acaba por aceitar que Lucia (interpretada pela lindíssima atriz Lucia Bosè) e seus parentes fiquem em sua propriedade.

Em pouco tempo, o jovem Andrea começa a demonstrar um forte interesse pela belíssima Lucia, apaixonando-se pela mesma, o que o leva a abandonar a sua namorada de perfil mais burguês.

Porém, as diferenças de classe social fazem com que Andrea se afaste da jovem Lucia, uma sensual e linda proletária, que trabalhava em uma empresa que fabricava caixas, fato este que era motivo de desprezo para um membro da nobreza capitalista, como era o caso dele, Andrea. Esse desprezo levou Lucia e lhe dar uma bela lição de moral, dizendo que graças ao dinheiro que ganhava com aquele trabalho ela ajudava a sua família. 


Na parede, ao fundo, vemos três palavras que compunham o slogan do regime Fascista, que é "Acreditar. Obedecer. Combater". Porém, as sucessivas e humilhantes derrotas sofridas pelas Forças Armadas italianas desmoralizaram completamente o Fascismo e derrubaram a popularidade que, antes da Itália se envolver na Guerra, Mussolini ainda desfrutava.  

Andrea, apesar de inegável paixão por Lucia, não consegue admitir o que sente pela jovem e bela proletária, nem para a sua mãe e tampouco para os seus amigos mais próximos (Carlo e Ferruccio). Carlo é filho de um líder fascista, mas não é adepto da ideologia do pai e, de fato, critica fortemente o Fascismo e se integra à luta da Resistência italiana contra o governo ditatorial de Mussolini. Ele diz que o Fascismo destruiu a Itália e que a nova geração, da qual ele faz parte, é que terá que reconstruir o país.

Outro amigo de Andrea é o esnobe Ferruccio, que é amigo e bajulador da Condessa Luisa e é filho de um nobre que luta na Cavalaria italiana na Croácia, uma nação aliada dos países do Eixo, principalmente da Alemanha Nazista. Na Croácia existiu um violentíssimo movimento de Extrema-Direita, que foi a Utashe, que promoveu massacres horrendos contra os outros povos da então Iugoslávia, principalmente contra os Sérvios. Tais massacres nunca foram esquecidos e contribuíram para que sérvios e croatas se enfrentassem em uma guerra brutal, que se desenvolveu entre 1995-1995.

Andrea até chega a convidar Lucia para ir até a sua casa, a fim de 'ouvir as notícias da Rádio Londres' (que transmitia informações sob a perspectiva dos Aliados, o que era proibido pelo regime Fascista), mas acabou por dispensá-la, humilhando-a perante todos, o que fez com que ela se afastasse inteiramente dele por um bom período de tempo. 

E mesmo depois disso, quando voltou a encontrá-la, ao ser questionado por Lucia sobre o motivo que o havia levado a agir daquela maneira, ele assumiu que isso acontecia em função das diferenças de classe que existia entre eles. Isso faz com que Lucia se afaste dele novamente, recusando-se a encontrá-lo.

Andrea sofre intensamente em função do fato de não conseguir superar as restrições sociais (classistas) e familiares, visto que a sua mãe, uma Condessa, repudia o seu relacionamento com uma jovem proletária. 
Atores Marco Guglielmi (esquerda), Franco Lantieri (centro) e Fernando Birri (direita) interpretam soldados italianos fugitivos que recebem a ajuda de Andrea. Mas a mãe deste, a condessa Luisa, é uma aliada dos Nazi-Fascistas.

Porém, um fato que está diretamente ligado à Guerra irá mudar o relacionamento entre ambos. Na época, muitos soldados italianos estavam desertando, recusando-se a lutar ao lado dos alemães (Milão estava sob o governo da República fascista - chamada de República de Saló - dominada pelos nazistas). E aqueles italianos desertores que eram feitos prisioneiros pelos alemães eram levados, em ferrovias, para a Alemanha. 

Obs4: Essa prisão de soldados italianos que eram levados para a Alemanha nazista aconteceu após o governo do Marechal Badoglio ter passado para o lado dos Aliados, decisão que foi tomada em 08 de Setembro de 1943. 

Um grupo desses desertores conseguiu, porém, fugir do trem que os levava para a Alemanha e se espalhou justamente pela região da vila onde estavam Andrea, Lucia e seus familiares. Vários dos soldados foram mortos ao tentar fugir e um deles acaba se ferindo, necessitando urgentemente de atendimento médico. 

Com isso, Lucia vai até a casa de Andrea, a fim de pedir a sua ajuda. Ele concorda e manda levar o soldado fugitivo ferido para a sua casa. Junto, vão outros soldados fugitivos, que discutem a respeito do que deveriam fazer. A maioria deles decide tentar fugir do local, embora um deles tenha decidido voltar para a sua cidade de origem, a fim de ficar com a sua família. 

Ferruccio, o irônico, reacionário e brincalhão membro da nobreza, tal como a Condessa Luisa, é contra a permanência dos soldados na casa, discute com Andrea e vai até a prefeitura informar os governantes fascistas sobre a presença dos soldados fugitivos no local.
  Francesco Maselli: Um talentoso diretor italiano que era ligado ao PCI. Ele é considerado o último grande diretor Neorrealista italiano vivo.   
Mas o soldado que havia decidido retornar para a sua família viu Ferruccio sair da prefeitura, concluindo que o mesmo tinha contado aos governantes fascistas sobre a presença dos soldados fugitivos na casa de Andrea, levando-o a voltar para o local e informar os demais. Sabendo do fato, Carlo e Lucia também decidem ir embora, a fim de fugir dos Nazi-Fascistas, sendo que Andrea estava decidido a ir junto com eles. 

Um pouco antes dos três saírem, no entanto, chega a condessa Luisa, junto com um oficial alemão. Este ordena aos soldados que poupem a casa dela e que vão atrás dos soldados fugitivos. A condessa implora e acaba convencendo o filho, Andrea, a ir embora, com ela, para a Suíça, lembrando-o das suas responsabilidades com a família, acom s empresas desta, bem como com a classe social a que ele pertence. 

Lucia olha para Andrea, com um olhar sofrido, e chora, naquela que é a mais bela cena do filme, pois mesmo sem que Andrea diga nada, ela percebe que ele a está abandonando.

Obs5: Quando o filme foi exibido no Festival de Veneza de 1955, a cena de Lucia Bosé, chorando, fez o público aplaudí-la em pé. Consta que ela somente não ganhou o prêmio de melhor atriz devido ao fato de ter sido dublada no filme, embora seja de nacionalidade italiana. 

Logo depois, vemos Andrea no carro, indo embora com a mãe, enquanto ele ouve, desesperado e chorando, os tiros que matam Lucia. E daí vemos um soldado alemão virando o corpo dela, com o pé, já sem vida. Fim.
A bela Lucia chora quando vê que Andrea não irá embora com ela, preferindo ficar com a mãe e, assim, que pede que ele continue com a família, a fim de poder administrar as empresas da mesma. Assim, Andrea acaba escolhendo os interesses classistas em vez do amor por Lucia. 

Informações Adicionais!

Título: Gli Sbandati (Os Fugitivos ou Os Refugiados; traduzido no Brasil, de forma equivocada, como 'Abandonada');
Diretor: Francesco Maselli;
Roteiro: Francesco Maselli, Eriprando Visconti e Ageo Saviolli;
Duração: 75 minutos;
Ano de Produção: 1955; 
Países de Produção: Itália e França;
Elenco: Lucia Bosé (Lucia); Jean-Pierre Mocky (Andrea); Leonardo Botta (Ferruccio); Anthony Steffen (Carlo); Isa Miranda (Condessa Luisa); Giuliano Montaldo (Soldado fugitivo, originário da Toscana); Ivy Nicholson (namorada de Andrea); Franco Lantieri (soldado fugitivo, originário do Veneto); Mario Girotti/Terence Hill (soldado ferido). 
Prêmio: Diretor Mais Promissor no Festival de Veneza de 1955.

Link: Informações sobre o filme: 

http://www.imdb.com/title/tt0048585/?ref_=fn_al_tt_3

Votação do PCI nas eleições italianas (1921 a 1991):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Italiano

Trailer do filme:

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