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| 'Cette Nuit-Là' (1958), de Maurice Cazeneuve... Para Stanley Kubrick este é um dos 10 melhores filmes de todos os tempos. |
‘Cette Nuit-Là’ é um filme francês produzido em 1958, que claramente está inserido na tradição dos filmes policiais ‘Noir’, e que Stanley Kubrick considerava como um dos dez melhores filmes de todos os tempos.
Este é um típico filme policial ‘Noir’, sendo que grande parte dos principais elementos do ‘estilo’ estão presentes no mesmo.
Para os estudiosos dos filmes ‘Noir’, entre os seus principais elementos e características, nós temos:
A) A presença da ‘femme fatale’: Uma mulher bela, sensual e fatal (e quase sempre loira);
B) O erotismo latente, com a presença de muitas jovens e belas mulheres, que usam da sua beleza e sensualidade para manipular os homens, que acabam tendo, muitas vezes, finais trágicos;
C) Crimes, que são vistos pelas pessoas como o único mecanismo possível de ascensão social e econômica numa época de crise econômica marcada pela Grande Depressão e pela Segunda Guerra Mundial, bem como a melhor maneira de resolver os conflitos, pois as instituições estão corrompidas (principalmente a Polícia e a Justiça) e não são confiáveis;
D) Investigação policial feita por um detetive durão, que vive no ‘limite da honestidade’: Ele enfrenta os poderosos, mas também faz acordos com os mesmos a fim de garantir a sua sobrevivência;
E) Cenas noturnas, tipicamente urbanas, feitas em ruas escuras e desertas;
F) Forte influência do cinema Expressionista alemão, de filmes realizados por cineastas como Fritz Lang, Paul Leni e F.W. Murnau que, depois, foram trabalhar em Hollywood;
G) Significativa influência dos filmes de Gângsters, muito populares nos EUA durante a década de 1930, época da Lei Seca e da Grande Depressão. A principal obra desta época foi ‘Scarface’ (1932), de Howard Hawks. Tais filmes glorificavam os bandidos, eram marcados por uma moral ambivalente e mostravam muitas cenas de crimes e violência, é claro;
H) Visão crítica e bastante negativa sobre a sociedade, que é mostrada como sendo corrupta, repressiva, injusta, moralista, hipócrita e violenta;
| Reverdy é um patrão rico, corrupto, amoral e sem escrúpulos que é apaixonado pela bela modelo Sylvie, que é casada com Jean, e que tenta conquista-la de qualquer maneira. |
J) Influência das histórias de crime e mistério que foram publicadas nas chamadas ‘Pulp Magazines’ (alguém aí se lembrou de ‘Pulp Fiction’?), caso das revistas ‘Black Mask’, ‘Dime Detective’ e ‘Detective Fiction Weekly’ que fizeram imenso sucesso durante a década de 1930 e 1940.
O termo ‘Filme Noir’ foi criação de um crítico francês, Nino Frank, que o usou, pela primeira vez, em um texto intitulado "Um Nouveau Genre Policier: L’Aventure Criminelle", que foi publicado por uma revista francesa ("L’Ecran Français") em
Agosto de 1946.
Nino Frank e outros críticos franceses tomaram contato, no Pós-Guerra, com uma série de filmes policiais produzidos nos EUA, sendo que eles possuiriam certas características em comum.
Obs1: Outro crítico francês que passou a usar o termo ‘Filme Noir’ foi Henri-François Rey, que é um dos roteiristas deste clássico filme de Cazeneuve.
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| Alan Ladd e Veronica Lake, casal icônico dos filmes Noir. |
No livro ‘História do Cinema Mundial’ (página 181), Fernando Mascarello escreveu o seguinte a respeito dos filmes ‘Noir’:
“O elemento central é o tema do crime, entendido pelos comentadores como campo simbólico para a problematização do mal-estar americano do pós-guerra (resultado da crise econômica e da inevitável necessidade de reordenamento social ao fim do esforço militar).
Segundo esses autores, o Noir prestou-se à denúncia da corrupção dos valores éticos cimentadores do corpo social, bem como da brutalidade e hipocrisia das relações entre indivíduos, classes e instituições.
Foi veículo, além disso, para a tematização (embora velada) das emergentes desconfianças entre o masculino e o feminino, causadas pela desestabilização dos papéis sexuais durante a guerra.
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| Cena do filme 'The Big Combo', clássico Noir de 1955 que foi dirigido por Joseph H, Lewis. |
A caracterização eticamente ambivalente da quase totalidade dos personagens Noir, o tom pessimista e fatalista, e a atmosfera cruel, paranoica e claustrofóbica dos filmes, seriam todos manifestação desse esquema metafórico de representação do crime como espaço simbólico para a problematização do pós-guerra.”.
A respeito dos aspectos narrativo e estilístico dos filmes ‘Noir’, Mascarello escreveu o seguinte:
“Já do ponto de vista narrativo e estilístico é possível afirmar (grosso modo) que as fontes do Noir na literatura policial e no Expressionismo cinematográfico alemão contribuíram, respectivamente, com boa parte dos elementos cruciais.
Entre os elementos narrativos, cumpre destacar a complexidade das tramas e o uso do flashback (concorrendo para desorientar o espectador), além da narração em over do protagonista masculino.
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| Dorothy Malone e Humphrey Bogart em 'The Big Sleep', um dos maiores clássicos Noir. |
E ainda a série de motivos iconográficos como espelhos, janelas (o quadro dentro do quadro), escadas, relógios etc. - além, é claro, da ambientação na cidade à noite (noite americana, em geral), em ruas escuras e desertas.
Num levantamento estatístico, possivelmente mais da metade dos Noirs traria no título original menção a essa iconografia - night, city, street, dark, lonely, mirror, window - ou aos motivos temáticos - killing, kiss, death, panic, fear, cry etc.”.
Obs2: Trecho retirado do livro ‘História do Cinema Mundial’ (Fernando Mascarello – org.), capítulo ‘Filme Noir’, de autoria de Fernando Mascarello, páginas 181-182.
Estudos feitos a respeito dos filmes policiais ‘Noir’ também notaram a presença de um tema que, muitas vezes, está meio que escondido nas ‘entrelinhas’ dos mesmos, que é a ‘crise da masculinidade’, com o homem tendo cada vez menos controle sobre o comportamento das mulheres nesta época.
| Jean, Reverdy e Sylvie. Dois homens em conflito por causa de uma bela mulher? Isso não pode acabar bem... |
“Os proponentes do Noir afirmam ter sido ele veículo para a representação de um dos elementos centrais da "cultura da desconfiança" do pós-guerra: a intensa rivalidade entre o masculino e o feminino.
Esta resultava, por um lado, da modificação dos papéis sexuais em decorrência da mobilização militar e, por outro, da disputa pelo mercado de trabalho entre os contingentes retornados do front e a mão-de-obra feminina treinada para substituí-los durante o conflito.
O que produzia, em conjunto, uma verdadeira crise identitária masculina ou, como quer Richard Dyer, "uma ansiedade com relação à existência e definição da masculinidade e da normalidade" (1978, p. 91).
De acordo com esse autor, o tema é "raramente expresso de forma direta, podendo, no entanto, ser considerado constitutivo da problemática do Noir, aquele conjunto de temas e questões de que os filmes procuram dar conta sem porém nunca realmente articulá-los".
| Reverdy olhando uma fotografia da bela, jovem, sensual e irresistível Sylvie... |
Ao operar a transformação dela em sedutora malévola e passível de punição, o Noir procura reforçar a masculinidade ameaçada e restabelecer simbolicamente o equilíbrio perdido.”.
Obs3: Trecho retirado do livro ‘História do Cinema Mundial’ (capítulo ‘Filme Noir’, de
Fernando Mascarello, página 182).
A trama do filme!
E neste belo filme de Cazeneuve essa ‘crise da masculinidade’ fica mais do que evidente.
A estrela do filme é a jovem, sensual e belíssima atriz Mylène Demongeot, que interpreta Sylvie, que contava com 23 anos de idade quando o filme foi realizado.
| Sylvie tem plena consciência da atração que exerce sobre Reverdy e usa isso para conseguir dinheiro dele. Nos filmes Noir as mulheres que exerciam o papel da 'femme fatale' eram quase sempre loiras. |
Já no primeiro diálogo entre ambos, Reverdy diz 'Ela era bela e ele era rico. E assim começam todas as histórias de amor'. Logo depois, Reverdy critica acidamente o trabalho feito por Jean e sua equipe e determina que a capa da próxima edição da revista seja uma fotografia de Sylvie.
Jean pergunta para Giselle, secretária de Reverdy, porque o patrão o detesta. Ela diz que o motivo disso é que ele, Jean, é mais talentoso e mais jovem... Ela também segura a revista com a fotografia de Sylvie, como se estivesse dizendo 'Mas o principal motivo é você tem a mulher que ele deseja'. Ela completa falando que aquilo que Reverdy deseja, ele deseja de verdade.
Assim, Jean percebe o crescente interesse do seu patrão por sua bela esposa e isso faz com que ele fique, cada vez mais, com ciúmes de sua mulher, o que é percebido por Sylvie, é claro. Além disso, Jean também adota uma postura crescentemente hostil em relação à Reverdy, dizendo para este ficar longe da mesma.
Reverdy, porém, neste momento, pega o exemplar da revista (com Sylvie na capa), o que é uma maneira clara de dizer que ele não fará isso. Mesmo assim, a bela Sylvie procura amenizar o clima ruim que existe entre os dois homens.
Porém, existe uma razão muito forte para que ela adote esse comportamento: Jean e Sylvie precisam de dinheiro (dois milhões de Francos) para construir uma garagem.
Sylvie sugere para o marido que sabe como poderá conseguir o dinheiro: procurando atrair e seduzir Reverdy, fazendo com que este passe a ter esperanças de que poderá vir a conquista-la.
Assim, Sylvie é a mulher fatal e sedutora da história (e é muito bonita e loira, é claro).
Jean, porém, repudia inteiramente essa ideia e fica inconformado quando descobre que a sua bela esposa pensou em levar tal plano adiante. Neste momento, fica claro que o marido, Jean, não consegue controlar o comportamento de Sylvie. É a ‘crise do homem’, ou da ‘masculinidade’, que está em evidência no filme.
Em outra cena, inclusive, um personagem (um chantagista) diz para Jean que o padrão de vida que ele desfruta somente é possível devido ao trabalho de Sylvie como modelo, mostrando que há uma dependência econômica de Jean em relação à esposa.
Para se constatar essa independência de Sylvie em relação a Jean basta ver como a mesma age em relação à Reverdy, patrão dela e do marido.
Sylvie decide usar do imenso poder de atração que exerce sobre Reverdy para tirar proveito do mesmo, tentando conseguir, desta maneira, os dois milhões de francos que ela e o marido necessitam para completar a reforma do seu apartamento. E ela age dessa maneira mesmo com o marido reprovando tal comportamento. Logo, ela é muito bela, mas de ingênua a sensual Sylvie não tem absolutamente nada.
E quando ele fica sabendo que Reverdy mandou lhe entregar um cheque de dois milhões de francos e mandou muitas rosas para Sylvie, Jean fica convencido de que a sua jovem, bela e sensual esposa foi seduzida pelo seu rico e poderoso patrão, embora isso não tenha acontecido.
Afinal, Sylvie é completamente apaixonada por Jean e muito dificilmente o trairia. Mas ela não percebeu que o jogo que fazia com Reverdy era bastante perigoso, pois mexia com sentimentos muito fortes, e que o mesmo poderia ter consequências imprevisíveis.
| Mesmo com o marido correndo o risco de ser preso, em nenhum momento a bela Sylvie deixa de apoiar Jean. Até porque ela se sente responsável pelo que aconteceu. |
Mas Jean não sabe disso, ficando inteiramente possesso ao pensar na possibilidade de que Sylvie tenha se relacionado com o seu patrão e, assim, toma a decisão de matar Reverdy.
Desta maneira, Jean pega o carro e vai atrás de Reverdy. Assim, Jean vai, pelas ruas de Paris, à noite, o que dá origem a uma bela cena, tipicamente urbana, que está sempre presente nos filmes ‘Noir’, com seus carros em ruas escuras, mal iluminadas.
Jean vai até a casa em que Reverdy recebe os seus amigos e amigas, que é um local reservado para beber, usar drogas, praticar a prostituição e fazer outras ‘cositas más’, práticas claramente ilegais que são do conhecimento da Polícia, mas que esta não tem como reprimir, pois Reverdy tem fortes conexões com os poderosos mandas-chuvas da cidade, que lhe dão cobertura para as suas atividades ilícitas.
| Martin faz chantagem com Jean, exigindo a entrega de uma grande soma de dinheiro para devolver o revólver do mesmo. Mas o destino de Martin não será dos melhores. |
Jean vê a sua esposa ir embora, entrando em um táxi, e fica esperando pelo momento em que Reverdy sairá da sua mal afamada casa (muitas pessoas sabem o que se faz ali...) para matar o homem que deseja lhe tomar a esposa, a qual ele ama intensamente, sentimento no qual é plenamente correspondido por Sylvie.
Mas o seu plano tem um resultado catastrófico: Em vez de assassinar o seu patrão, ele acaba matando outro homem, inteiramente desconhecido. E quando percebe o que fez, ele fica preocupado em saber se ninguém o viu cometendo o crime e esconde o corpo da vítima.
Porém, ele deixa algumas pistas para trás: a chave do seu carro e um revólver.
Quando ele volta para casa, Sylvie o esperava para sair, mas ele conta que havia
cometido um assassinato. A esposa reage com perplexidade, porém, fica ao lado dele e decide ajudá-lo. Ele até chega a buscar o carro, usando a sua própria chave.
| A bela Sylvie fica tensa e preocupada com o fato de que Jean ainda poderá ser preso e faz de tudo para ajudar o marido. |
Sylvie também telefona para a Polícia a fim de descobrir se haviam encontrando o corpo de um homem que tivesse as mesmas características daquele que Jean matou, mas o investigador não lhe diz coisa alguma.
Na sequência, vemos uma parte do filme que mostra toda a crescente tensão, angústia e nervosismo do casal, que fica preso dentro do seu apartamento, aguardando pelo momento em que algum investigador da Polícia irá aparecer ali para interrogar e prender Jean pelo crime que o mesmo havia cometido.
Jean e Sylvie compram todos os jornais (‘Le Figaro’, ‘Le Parisien’) para descobrir se a Polícia já encontrou o corpo, mas nenhuma informação é publicada a respeito.
Mas não demora muito e Jean passa a ser chantageado por um homem, que lhe envia a chave e um desenho da cena do crime. Este chantagista acabará exigindo três milhões de francos para devolver o revólver, dinheiro que o casal não possui. O chantagista e Jean marcam um encontro no Metrô, onde trocarão o revólver pelo dinheiro.
| Sylvie tenta usar do seu poder de sedução para conseguir que Reverdy não prejudique Jean. Mas o seu ex-patrão quer muito mais do que apenas seduzir Sylvie... |
Porém, nem Jean levou o dinheiro combinado e tampouco o chantagista levou o revólver. Com isso, o chantagista aumenta o valor do 'resgate' do revólver para quatro milhões de francos. Porém, o mesmo estava sendo vigiado pela Polícia e na tentativa de fugir ele acaba morrendo, ao cair sobre os trilhos do Metrô.
Assim, Jean e Sylvie pensam que os seus problemas terminaram, mas depois foi a vez de Reverdy aparecer, reconhecendo que o chantagista estava a seu serviço e que o revólver usado por Jean no crime está com ele.
Para devolver o revólver, Reverdy diz que deseja que Jean lhe entregue a sua esposa e que se ele não o fizer irá para a prisão. Reverdy também afirma que todos podem ser comprados e que ele nunca fracassa.
| Sylvie despreza e humilha Reverdy depois que este lhe disse que desejava ser amado e viver com ela. |
Mas ela fica surpresa quando o mesmo lhe diz que não deseja ter apenas uma relação sexual com ela, mas viver ao lado dela, para ser amado por Sylvie. Esta reage com uma risada histérica, o que irrita Reverdy. Sylvie lhe diz que jamais irá amá-lo, pois já sente esse amor por Jean. Ela humilha Reverdy, dizendo que ele acabará sua vida como um velho infeliz, amargo e solitário.
Reverdy vai para a sua casa (em Montmartre), onde é procurado pelo investigador Toussaint, que lhe diz que sabe das suas conexões ilegais com o chantagista morto e que um homem que havia sido atacado (por Jean) nas proximidades de sua residência sobreviveu ao ataque.
Toussaint diz que tal homem havia saído da casa de Reverdy e que o mesmo contou tudo sobre as atividades ilícitas deste, dizendo que ele não conseguirá, desta vez, se livrar de uma investigação, mesmo tendo conexões poderosas que sempre lhe protegeram.
| Reverdy apontando a arma para Jean... |
Mas ele sai da casa e Reverdy não o mata. Logo depois, ouve-se um tiro, que é o do suicídio do patrão rico, solitário, velho e amargurado.
Jean caminha de volta para casa, feliz, onde vê, na cidade, uma imagem imensa da esposa na capa da revista de Reverdy.
Fim.
Obs4: Na obra-prima ‘A Dupla Vida de Véronique’, do genial cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, também aparece uma imensa fotografia, na mesma cidade de Paris, da protagonista do filme, e que também é (tal como Sylvie) uma modelo fotográfica (que é interpretada por Irène Jacob). Teria o cineasta polonês se inspirado neste filme de Cazeneuve?
Frase: Reverdy: Faça o que digo ou faça-me desaparecer. Eu também gostaria disso. Matar duas vezes ao mesmo homem.
| Fotografia imensa de Sylvie em rua de Paris, fazendo propaganda da revista... Será que, no belíssimo 'A Dupla Vida de Véronique', Kieslowski se inspirou no filme de Cazeneuve? |
Título: Cette Nuit-Là (Aquela Noite);
Diretor: Maurice Cazeneuve;
Roteiro: Maurice Cazeneuve, Paul Guimard, Henri-François Rey (baseado no romance de Michel Lebrun ‘Un Silence de Mort’)
Ano de Produção: 1958; País de Produção: França;
Duração: 90 minutos; Gênero: Drama; Policial; Romance;
Fotografia: Léonce-Henri Burel;
Música: Claude Bolling (sequências de Jazz), Henri Forterre, Maurice Leroux;
Elenco: Mylène Demongeot (Sylvie Mallet); Maurice Ronet (Jean Mallet); Jean Servais (André Reverdy); Jean Lara (Investigador Toussaint); Françoise Prévost (Secretária de Reverdy); Hubert Noel (Gérald Martin); Gilbert Edard (François).
Vídeo - Trecho do Filme:




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