Resenha de "O Fim da Eternidade", de Isaac Asimov -
por Fabio Brust, do blog 'Sobre Agora'
Título: O Fim da Eternidade
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Número de Páginas: 255
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Sinopse:
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Número de Páginas: 255
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Sinopse:
Andrew Harlan é um Eterno: membro de uma organização que monitora e controla o Tempo. Um Técnico que lida diariamente com o destino de bilhões de pessoas no mundo inteiro: sua função é iniciar Mudanças de Realidade, ou seja, alterar o curso da História. Condicionado por um treinamento rigoroso e por uma rígida autodisciplina, Harlan aprendeu a deixar as emoções de lado na hora de fazer seu trabalho.
Tudo vai bem até o dia em que ele conhece a atraente Noÿs Lambent, uma mulher que abala suas estruturas e faz com que passe a rever seus conceitos, em nome de algo tão antigo quanto o próprio tempo: o amor. Agora ele terá de arriscar tudo - não apenas seu emprego, mas sua vida, a de Noÿs e até mesmo o curso da História.
Da extensa obra de Isaac Asimov, "O Fim da Eternidade" (publicado originalmente em 1955), junto com a série "Fundação" e "The Gods Themselves", está entre os melhores livros escritos pelo autor, e é considerada uma das mais bem-sucedidas histórias de viagem no tempo.
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Resenha:
Eu tenho uma espécie de afeição por esse livro desde antes de conhecê-lo. Por quê? Eu queria este fosse o título do meu livro. Quando eu descobri que já existia um livro com esse título, fiquei ressentido... mas interessado. Decidi investigar a seu respeito e conhecer mais sobre o autor. Em minha profunda ignorância, mal sabia eu estar entrando em contato com um dos maiores autores de ficção científica de todos os tempos, Isaac Asimov.
A trama pareceu interessante, e eu até gostaria de lê-la para descobrir se era bom mesmo. Se valia a pena já existir um livro chamado "O Fim da Eternidade", impedindo-me de nomear o meu com esse nome. Era melhor que ele fosse melhor que o meu "Agora eu Morro", senão seria muita decepção.
A história de "O Fim da Eternidade" trata, basicamente, a respeito de viagens no tempo, envolvendo, até certo ponto, um romance supostamente impossível. Logo somos apresentados à Eternidade: uma espécie de campo temporal que permite que todos os inseridos nele sejam capazes de continuar como estão, ao invés de sofrer com as mudanças que ocorrem no Tempo. Dessa forma, a Eternidade corre em paralelo ao Tempo, contada em fisiodias, fisiohoras e assim por diante - como não estão inseridos no tempo, a passagem no mesmo nesse campo temporal acontece através da deterioração dos corpos dos Eternos, as pessoas que atuam nesse campo.
Ah, sim, uma artimanha muito bem pensada por Asimov para tornar a trama um pouco menos complexa. Fazer com que os personagens principais estivessem avulsos ao Tempo, de forma a evitar paradoxos, é bastante interessante, mas um pouco sem graça. Claro, assim ele facilita o trabalho para si... mas eu queria ler um livro repleto de paradoxos, cheio de idas e voltas no tempo e com uma complexidade incrível. Decepcionado, continuei lendo.
O Tempo é tratado como um ser todo-poderoso. Ao invés de falar "Por Deus!", os personagens dizem "Pelo Tempo!". Isso já mostra a importância que ele tem para eles e para a história em si. A Eternidade existe em séculos, e cada século existe como um setor. Os Eternos podem viajar em cápsulas para atingir qualquer século, e qualquer setor da Eternidade. Depois do século 70.000, no entanto, eles não podem mais entrar no Tempo, e restringem-se à Eternidade.
Mas a importância de sua entrada no Tempo é tremenda. A Eternidade existe para tentar impedir que desastres aconteçam à humanidade. Ela serve para mudar o curso da história. Através de Mudanças de Realidade, é possível trocar um objeto de lugar em uma prateleira, ou fazer com que a embreagem de um carro falhe e evitar guerras futuras, ou vício em drogas em nível mundial. Tudo com uma M.M.N., uma mudança mínima necessária, visando o R.M.D., resultado máximo desejado.
Sim, é complexo, mas a narrativa de Asimov é simples e fácil de compreender. Mas o que realmente importa em tudo isso é Noÿs Lambent, a mulher pela qual se apaixona Andrew Harlan, o protagonista. O romance entre os dois é intenso. Tão intenso que o homem está disposto a mudar a Eternidade e, até, a destrui-la, se for necessário. O que me deixou um pouco incomodado, no entanto, foi a rapidez com que aconteceram as coisas entre os dois. Porque Noÿs foi tão submissa, tão rápido? Porque Andrew decidiu tão rapidamente que gostaria de destruir tudo para ficar com ela? Um amor tão intenso não deveria demorar mais tempo para acontecer?
Na metade do livro, no entanto, com uma revelação a respeito de Mallansohn, o criador do campo temporal e, automaticamente, da Eternidade, eu fiquei completamente embasbacado. Foi a partir da metade da história que vi o motivo pelo qual "O Fim da Eternidade" é tão aclamado. É aí que os paradoxos começam a aparecer e a complexidade da história aumenta. E tudo começa a se encaixar.
E quando você finalmente aceita o destino do personagem como sendo este, as coisas dão uma reviravolta, e mais uma. Nas 20 últimas páginas do livro, você já acha que nada mais pode surpreendê-lo, apenas para se ver de boca aberta e com arrepios percorrendo seu corpo inteiro por conta das últimas duas páginas. Tudo começa a fazer sentido, e até mesmo o rápido romance faz o maior sentido do mundo. O Tempo, a Eternidade, os Séculos Ocultos depois dos 70.000, a falta de vida humana ainda mais adiante no Tempo. O final simplesmente faz com que você não saiba o que dizer. Não há palavras para descrevê-lo.
Talvez, uma: genial.
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Nota final: 6 de 5
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