Uma das sequências mais interessantes de 'Worlds Apart' foi a das despedidas entre os personagens, no final.
Os Walters racionalizam tudo, citando frase de um Imperador Romano, Marco Aurélio, como típicos cientistas e pensadores que são, é claro. Olívia-alt 'puxa' o assunto para o lado da necessidade de lutar. Afinal, é isso o que ela é, de fato: um soldado que age para recuperar o seu mundo devastado e que faz o que for necessário para isso, sem se deixar abater, mesmo enfrentando reveses como o da perda do seu parceiro por 6 longos anos, Lincoln-alt. Ela continua acreditando, fala da sua tristeza porque o seu Universo deixará de melhorar, mas que continuará a olhar para o céu, crente que um dia voltará a ver o arco-íris novamente.
Já as duas Astrids com aquela despedida fria, por parte da Alternativa, e a do lado A mostrando um sorriso tristonho. E a Astrid-alt, na intimidade, com certeza, deve se lamentar porque, agora, com os Universos separados, adeus cafezinho, né? Peter e Lincoln, desprovidos de seus duplos, já falecidos, despedindo-se como amigos que trabalharam juntos e que se respeitam.
Daí, as despedidas terminam e os Universos se separam.
Então, até as despedidas acabaram por mostrar as diferentes personalidades dos protagonistas desta 4a. temporada. Aliás, este foi, para mim, o episódio final do 4o. ano, pois estou convencido de que os acontecimentos dos dois próximos episódios estão muito mais relacionados com o futuro visto em 'Letters of Transit', do que com o passado, já que os planos de Jones foram inviabilizados.
Com relação aos próximos episódios, os dois últimos desta 4a. temporada, é muito provável que uma das partes, pelo menos, de 'Brave New World' trate do período imediatamente anterior à conquista da Terra pelos Observadores. Então, acredito que veremos o anúncio de que Olívia está grávida e talvez já mostrem os Observadores iniciando e desenvolvendo o processo de conquista da Terra. E é claro que teremos William Bell.
Estou convencido de que ele, Bell, se envolve em uma tentativa de matar Olívia e de impedir que ela gere uma descendência, pois se isso acontecer, no futuro a Terra será devastada e a Humanidade será aniquiladas pelos Observadores, pois estes são (tudo indica isso) os descendentes da Olívia cortexiphada e de Etta, a filha dela com o Peter.
Então, ao descobrir o que aconteceu com a Terra, é muito provável que Bell tenha agido para matar Olívia e a sua filha. E isso explicaria o motivo do comentário tão ácido que Walter fez, sobre Bell, em 'Letters of Transit', falando sobre o que ele havia tentado fazer com Olívia. Inclusive, justamente por isso, Walter se recusou a tirar Bell do âmbar, pegando apenas a mão dele.
Ele fez isso porque, talvez, precise das digitais ou, o que é muito mais provável (já que estamos no futuro, em 2036) do DNA de Bell. A Astrid até comentou algo, com o Walter, sobre a necessidade de entrar em algum lugar e que, para isso, precisariam de Bell... E daí o Walter lhe mostrou a mão de Bell e disse que eles tinham tudo o que precisavam.
Estou convencido de que Bell descobriu tudo sobre a ação nefasta dos Observadores no futuro da Terra e da Humanidade e decidiu eliminar Olívia da história, para impedir que esse futuro aconteça.
Isso explicaria, também, os motivos do September dizer que ele havia analisado todos os possíveis futuros da Humanidade e em todos eles a Olívia teria que morrer.
De fato, se os Observadores descendem de Olívia, então somente impedindo que ela gere descendentes é que eles não existirão. Daí, é claro, Bell conclui pela necessidade (lógica e racional, típica de um cientista... ou seria de um Vulcano?) de apagar Olívia da história. Deve ser um pouco dolorido para ele fazer isso, é claro, pois Olívia é, de certa maneira, a sua mais brilhante criação e que foi resultado dos testes feitos com o Cortexiphan. Ela sempre foi a mais forte, como o Nick Lane lembrou neste episódio mais recente.
Isso significa que Olívia foi quem melhor incorporou e aprendeu a utilizar os poderes e as habilidades desenvolvidos com o uso do Cortexiphan. As outras crianças cortexiphadas sofriam com os efeitos colaterais dos testes a que foram submetidas e sequer conseguiam controlar tais poderes. Na série, já vimos vários exemplos disso.
Em 'Worlds Apart', por exemplo, Nick Lane conta como, involuntariamente, ele acabou provocando a morte de Kendra, a sua irmã. E ele disse também que passou a colaborar com Jones porque este é que o havia ensinado a usar dos seus poderes sem fazer mal aos outros.
Durante as quatro temporadas, vimos vários outros casos de crianças cortexiphadas que também não sabiam usar os poderes que desenvolveram após os testes. James Heath, por exemplo, transferia a sua doença, o câncer, para as pessoas nas quais tocava, e isso também começou de forma involuntária. As gêmeas, Susan Pratt e Nancy Lewis, por sua vez, provocavam incêndios involuntários, quando menos esperavam, e uma delas acabou se incendiando, sem querer, matando a ela mesma, em local público.
Logo, Olívia foi a única criança cortexiphada bem-sucedida, que aprendeu a usar os poderes e as habilidades que desenvolveu. As outras não conseguiram controlá-los.
Até que apareceu Jones, lhes ensinou como controlar tais poderes, elas ficaram gratos à ele, que passou a contar com a colaboração delas para os seus planos de destruir com os dois Universos, bastando apenas distorcer a história para elas (dizendo que a guerra contra o Universo Alternativo estava em pleno andamento e que o Universo Azul se encontrava muito próximo de vencê-la) a fim de obter a colaboração das mesmas. Isso explica porque Nick Lane ficou tão chocado quando Olívia lhe disse a verdade a respeito dos planos de Jones. Mas, como Nick era grato a Jones, por tê-lo ensinado a usar os seus poderes sem machucar ninguém, ele preferiu fingir colaboração com a Divisão Fringe e foi embora.
A questão, agora, é saber como Jones continuará tentando levar adiante os seus planos, já que os Universos foram separados. Quem já viu a promo do próximo episódio, sabe que Jones participará do mesmo. Resta saber como se dará a sua atuação no mesmo.
E ainda temos que ver como se dá a conquista da Terra pelos Observadores, que se desenvolve em 2015, e que poderá, portanto, ser mostrada (mesmo que parcialmente) nestes dois episódios finais. O mais provável é que essa história apareça no último episódio.
E se a Olívia morrer no final do 4o. ano, com a Terra dominada pelos Observadores e com a Humanidade quase que extinta, então teríamos um excelente e emocionante gancho para a 5a. temporada. Calma, eu também não quero que a Olívia morra. Sem chance.
Mas, com um final desses, os produtores criariam uma monumental expectativa para a 5a. temporada da série, que será a última, e daí veríamos os esforços da restante Divisão Fringe para salvar a Terra, a Humanidade e, também, trazer a Olívia de volta à vida.
Com isso, aquele futuro que vimos em 2036, seria um dos possíveis futuros da Humanidade, mas também poderia ser inviabilizado em uma outra realidade.
A verdade é que gostei muito desta temporada em que os Universos se conectaram e na qual eles trabalharam juntos, principalmente da segunda metade, na qual tivemos a integração total de Peter às tramas e os planos 'malignos' de Jones começaram a ser esclarecidos.
Porém, com o uso do conceito de Linha Temporal Reescrita, os produtores conseguiram trazer Peter de volta ao seriado e, mais do que isso, mantiveram intacta grande parte das histórias desenvolvidas nos três primeiros anos da série, mas com pequenas variações.
O episódio 'Nothing It As Seems', por exemplo, foi bem didático neste aspecto, mostrando as variações que existiram entre essa história e a do episódio 'The Transformation' (1X13). Eles mostram a transformação de um homem em um porco-espinho gigante, mas com algumas mudanças: Na Timeline original o avião caía e a criatura morria no acidente. Na Timeline Reescrita, o avião não cai e a criatura morre quando estava sendo interrogada, após o avião pousar. Outro exemplo disso: Na Linha Temporal original, Olívia tentou matar o padrasto (que era um alcóolatra que espancava a sua mãe e tratava a própria Olívia com brutalidade), mas não conseguiu. Já na Timeline Reescrita, ela matou o padrasto maligno.
Então, o uso desse conceito de Linha Temporal Reescrita permitiu aos produtores evitar que as tramas dos três primeiros anos fossem, pura e simplesmente, eliminadas da série. Elas se repetem na nova Linha Temporal, mas com algumas diferenças entre as mesmas.
Desta maneira, 'Fringe' pôde continuar a desenvolver as suas histórias sem que a mente dos fãs (e também dos produtores) entrassem em parafuso.
Com isso, a série se recuperou e a segunda metade da temporada recuperou o padrão de qualidade e de excelência que ela teve nas três primeiras temporadas, com a imensa maioria dos fãs se surpreendendo a cada semana com as novas revelações e com o que o futuro reserva para os integrantes da Divisão Fringe.
Assim, que venha o final do 4o. ano e a 5a. temporada que, infelizmente, será a última de 'Fringe'.
Mas, é como dizem: tudo tem que terminar um dia, não é mesmo?
Agora, que quando 'Fringe' acabar vai 'bater' uma baita saudade desta série e dos seus protagonistas ah, isso vai, sim.
Daí, pegaremos os DVDs (ou Blu-Rays) das 5 temporadas e iremos rever os episódios desta excelente série de TV, uma das melhores no gênero da ficção-científica que já foi produzida.
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