Os fãs de 'Fringe', como é o meu caso, são conhecidos pelo fato de que gostam de ficar analisando os episódios e as tramas desenvolvidas nos mesmos. Eles não se limitam a assistir aos episodios, desligar a TV e ir dormir. Nada disso. Eles comentam, analisam, trocam idéias nas redes sociais, enfim, procuram participar de um debate bastante intenso que faz com que a série acabe tendo uma repercussão muito maior do que a audiência do seriado sugere.
E uma das questões que mais tem intrigado os fringemaníacos nos últimos tempos tem sido aquela que envolve a mais do que certa participação do personagem William Bell nestes episódios finais da 4a. temporada.
Ele já apareceu, inclusive, no episódio 'Letters of Transit', que se passa em 2036, preso no âmbar. Mas, como é que ele foi parar ali, afinal? Bem, é provável que isso seja respondido nos dois episódios restantes desta temporada, 'Brave New World - partes 1 e 2'.
Até na promo do próximo episódio vimos Walter falar que 'Bell está vivo'. Então, qual seria a participação dele na história?
A idéia que mais ganhou adeptos entre os fãs do seriado aponta para o fato de que ele estaria envolvido com as ações de David R. Jones, que tentou destruir com os dois Universos, mas que falhou, o que foi mostrado em 'Worlds Apart'. Alguns fãs dizem, até, que Bell teria assumido o controle do corpo de Jones, tal como já fez com Olívia anteriormente. Bem, não acredito nesta segunda hipótese, mas não também não a descarto totalmente, não. Afinal, como disse o Walter no epísódio 'The Consultant': "Tudo é possível. Até Papai Noel'.
Já vimos várias cenas, nesta 4a. temporada, que estão ligadas a Bell: Quando September entrou em um restaurante, para conversar com outros Observadores, no 1o. episódio da temporada, ele esbarrou em alguns sinos. E Olívia, quando foi mantida presa por Jones, teve que apagar algumas luzes que tinham o formato de sinos. E o próprio fato de que a Nina-alt sabia o local exato em que se encontrava o Cortexiphan que Jones mandou injetar na Olívia já era uma pista, pois fora a Nina do Universo Azul, Bell era o único que sabia onde o produto se encontrava.
Então, tivemos várias pistas que apontam para a existência de uma forte conexão entre Bell e Jones na trama desenvolvida nesta Linha Temporal Reescrita. Na Timeline Original, Jones queria matar Bell. Mas, como as realidades são um pouco diferentes nas duas Timelines, então não é improvável que nesta Timeline atual os dois sejam aliados.
Mas porque Bell faria isso? Para mim, a resposta está relacionada com os Observadores e com a frase que September disse para Olívia, ou seja de que ele analisou todos os futuros possíveis da Humanidade e em todos eles ela terá que morrer. Como assim?
A idéia mais aceita entre muitos fãs, e que já analisei aqui no blog em outras mensagens, é a de que os Observadores seriam descendentes da Olívia cortexiphada e, logo, de Peter. Depois de muito tempo, as sucessivas gerações de filhos, netos, bisnetos, etc, de Olívia e Peter resultaria na criação dos Observadores, que são os humanos mais evoluídos do futuro (pelo menos nos aspecto científico e tecnológico; no ético e no moral nem tanto, já que devastaram a Terra no século 27 e aniquilaram com a Humanidade no começo do século 21).
Bem, quem foi o responsável pela criação desta Olívia cortexiphada que desenvolveu inúmeros poderes e habilidades e que passou os mesmos para as gerações seguintes, que foram aumentando-os progressivamente até que surgissem os Observadores? Bell, é claro.
Afinal, foi o próprio Walter quem disse ter sido idéia de Bell a realização dos testes com as crianças (Olívia, Nick Lane, etc) usando o cortexiphan, para desenvolver as potencialidades do ser humano.
Portanto, caso essa possibilidade se confirme, Bell é que seria o responsável, em último caso, pela criação dos Observadores. E como estes devastaram com a Terra e aniquilaram com a Humanidade, Bell pode ter se arrependido de ter feito os testes, pois descobriu que o resultado disso foi a criação de uma Humanidade avançada nos planos científico e tecnológico, mas desprovida de aspectos morais e éticos, e que foi justamente a Humanidade criada pelos Observadores.
1) Bell tentou destruir com os dois Universos (com a decisiva colaboração de Jones), a fim de impedir que os Observadores existissem no futuro de ambos. Mas essa tentativa, mostrada em 'Worlds Apart', acabou fracassando;
2) No fracasso da tentativa de aniquilar com os dois Universos, ele pode ter tentado, e conseguido, matar Olívia, para que ela não gerasse descendentes e, com isso, séculos depois, surgissem os Observadores.
Mas, pelo que vimos em 'Letters of Transit', Olívia pode até ter morrido (lembram-se da bala que Etta vivia acariciando? deve ter sido a bala que matou Olívia), mas Bell não conseguiu impedir que ela gerasse uma filha. Walter pode tê-lo preso no âmbar antes que ele conseguisse fazer isso.
Quando Walter foi retirado do âmbar por Simon e Etta, ele tinha em suas mãos o aparelho responsável pela criação do âmbar. Então, tudo indica que foi Walter quem desenvolveu aquele âmbar (que era de 3a. geração, segundo Simon) e que prendeu a ele, Bell, Astrid e Peter no mesmo. Bell, no entanto, deve ter sido preso para impedir que conseguisse matar Henrietta. Os demais foram presos para impedir que fossem mortos, provavelmente, pelos Observadores, ou pelo próprio Bell.
Então, pode ser que Bell e Jones estejam fazendo tudo isso para impedir que os Observadores venham a existir, pois eles seriam um resultado indesejado das pesquisas feitas por ele e Walter com o cortexiphan nas crianças (Olívia, Nick Lane, etc).
Uma teoria como essa, que colocam Peter e Olívia como uma espécie de Adão e Eva que geram uma Humanidade muito mais evoluída científica e tecnologicamente, mas pouco avançada nos aspectos éticos e morais, explicaria, também, porque September disse que Olívia teria que morrer em todos os possíveis futuros da Humanidade. Fazer isso, impedindo que ela gere descendentes, seria a única maneira, na visão de Bell, que poderia impedir que os Observadores surgissem nestes dois Universos.
Bell estaria, assim, tentando consertar o seu erro.
Aliás, esse foi o tipo de futuro que o escritor britânico Aldous Huxley imaginou para a humanidade em seu livro 'Brave New World' (Admirável Mundo Novo), que é o nome dos dois episódios finais desta 4a. temporada de Fringe.
Porém, há uma saída, uma solução para essa situação e que não vi, até o momento, nenhum fã da série desenvolver pela Internet e redes sociais afora. Seria a seguinte:
No episódio 'A Better Human Being' (4X13) vimos que o Dr Owen Frank também desenvolveu pesquisas, de manipulação genética, visando criar um 'ser humano melhor'. A grosso modo, era a mesma coisa que Bell e Walter fizeram quando testaram o cortexiphan em todas aquelas crianças. A diferença é que eles optaram por mexer com o cérebro humano e não no código genético das pessoas, como fez o Dr. Frank.
As pesquisas de Frank fizeram com que os seus mais de 200 filhos desenvolvessem a habilidade telepática e que agissem coletivamente, a fim de se proteger de qualquer pessoa que ele considerassem como sendo uma ameaça. E como foi mostrado no episódio, eles não hesitavam em matar quando se sentissem ameaçados. Eles eram pessoas dotados de habilidades avançadas, mas sem os princípios éticos e morais que deveriam guiar as suas ações e que colocam a vontade coletiva acima de tudo, ignorando e destruindo com as individualidades. E foi exatamente esse tipo de sociedade que os Observadores criaram no futuro.
Daí, surge a possibilidade de que essa humanidade do futuro, que são os Observadores (que criam um mundo avançado tecnologicamente, mas ditatorial, cruel, brutal, imoral e aético), tenha surgido como consequência não das pesquisas de Bell e Walter, mas das pesquisas do pacato Dr. Owen Frank.
Com isso, não seria 'necessário' (na visão de Bell, é claro) destruir com os dois Universos, e tampouco matar a Olívia e os seus descendentes para impedir o surgimento dos Observadores.
E a Divisão Fringe teria, na 5a. temporada da série, um novo e perigoso inimigo, um outro cientista que desejou (tal como Walter, Bell e Jones, em diferentes momentos da história da série) substituir Deus, que é o Dr. Owen Frank.
Já imaginaram isso: Aquele cientista velho, doente, pacato, tranquilo e que vivia sozinho numa simples casa de repouso (antigamente chamavam isso de asilo) pode ter sido, no fim das contas, o responsável pela criação desta Humanidade brutal e despótica do futuro que é a dos Observadores.
E tudo isso teria acontecido porque ele desejou 'substituir Deus'.
A conferir.