terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Filme de Mauro Bolognini: "Assassinato de um Inocente" mostra os conflitos sociais e de gerações na Itália dos anos 1960/70! - Marcos Doniseti!

Filme de Mauro Bolognini: 'Assassinato de um Inocente' mostra os conflitos sociais e de gerações na Itália dos anos 1960/70! - Marcos Doniseti!
Filme de Mauro Bolognini, cujo DVD foi lançado no Brasil. Bolognini foi um ótimo cineasta italiano e que foi esquecido, mas cuja obra merece ser redescoberta. 
Filme: Imputazione di omicidio per uno studente (Assassinato de um Inocente)
Diretor: Mauro Bolognini;  
País de Produção: Itália;
Ano de Produção: 1972;
Duração: 98 minutos;
Gênero: Drama Político;
Elenco: Massimo Ranieri (Fabio Sola), Martin Balsam (Juiz Aldo Sola), Valentina Cortese (Luisa Sola), Luigi Diberti (Massimo Trotti), Petra Pauly (Carla Stale), Carlo Valli (Alfio Ricci).

Este é um ótimo filme de Mauro Bolognini, que foi um dos principais cineastas da época de ouro do cinema italiano (que durou dos anos 50 ao início dos anos 70), que era altamente politizado e refletia os principais problemas que a Itália enfrentava na época (conflitos sociais intensos, movimento operário e estudantil em ebulição, terrorismo de extrema-direita e de extrema-esquerda, conflitos de gerações). 

Bolognini coloca frente a frente um pai (um juiz, que representa a autoridade do Estado, mas que faz de tudo para julgar de forma honesta) e seu filho, membro de uma organização de extrema-esquerda que atuava entre os estudantes e que lutava contra um Estado que consideravam como estando a serviço dos patrões e que não tinha nada de justo. 

A história começa com uma manifestação dos estudantes que é brutalmente reprimida pela polícia. Na troca de bordoadas que ocorre, acabam morrendo um policial e um estudante.

A Polícia faz de tudo para descobrir quem matou o policial e chega a prender um estudante que é inteiramente inocente (Massimo Trotti), apenas para ter alguém em quem colocar a culpa, mas age no sentido oposto quando se trata de investigar quem matou o estudante, sabotando deliberadamente a tentativa do juiz Aldo Sola neste sentido.

Ao mesmo tempo em que transcorre a investigação, os conflitos entre o Juiz e seu filho, Fabio, vão ficando cada vez mais fortes. O juiz e a sua esposa não conseguem entender o que acontece com Fabio, visto que o filho sempre desfrutou de um ótimo padrão de vida e sempre teve o carinho e a atenção dos pais. 

Num primeiro momento, o juiz atribui o comportamento dos estudantes ao fanatismo e à ideologia revolucionária e extremista que professam.

Enquanto isso, Fabio e os membros de sua organização extremista procuram ajudar a libertar Massimo, que foi preso injustamente (e Fabio sabe disso melhor do que ninguém). Para isso, ele chega até a roubar as atas do processo que o pais levou para casa. 

Desta maneira, o pai percebe que o filho está cada vez mais distante da família, sendo Fábio diz que irá sair da casa da família. 

Ao mesmo tempo, o juiz descobre que a participação de seu filho, Fabio, na morte do policial vai muito além de uma mera troca de bordoadas e, com isso, ele começará a entrar em um conflito interior e a sofrer intensamente.

Neste contexto, ele terá que optar entre se manter fiel ao seu papel de juiz, condenando quem comete crimes, independente de quem sejam os criminosos, e o seu papel de pai que não quer perder um filho ao qual ama, mas que não consegue compreender.

O filme de Bolognini retrata, assim, muito bem o contexto histórico da época, bem como os principais conflitos (políticos, ideológicos, sociais, de gerações) que ocorreram naquela época (final dos anos 1960 e início dos anos 1970). 

Música do Filme:



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