Filme critica impacto da tecnologia na sociedade
"Nação Digital" investiga mudanças sociais ocorridas a partir da internet
Dificuldade de professores agora é desconectar alunos das redes sociais para conectá-los às aulas
ELISANGELA ROXO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Candidato ao Pulitzer neste ano, Nicholas Carr foi um dos primeiros a perguntar se o Google deixa as pessoas mais estúpidas. Na mesma linha de investigação vai o documentário "Nação Digital", exibido amanhã pelo GNT.
A produtora do filme, Rachel Dretzin, conta que a ideia de pesquisar as relações que estamos travando com a tecnologia lhe ocorreu após observar a família.
O filho mais velho brincava com um notebook e os dois menores jogavam no iPhone da mãe, enquanto o marido dela trabalhava no computador. Todos reunidos na sala, mas nenhum deles parecia estar ali.
É desse ponto que ela parte, com ajuda do amigo e jornalista Douglas Rushkoff, para investigar que tipo de relação estamos criando com as tecnologias digitais.
EDUCAÇÃO DIGITAL
A primeira parada é o MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos maiores centros de pesquisas tecnológicas dos EUA -onde estariam os jovens "mais conectados do planeta".
Lá, assim como em qualquer faculdade contemporânea, o desafio de professores é conseguir desconectar os alunos do Facebook para conectá-los às aulas. Os estudantes argumentam que são de uma geração (a tal Z, formada por nascidos nos anos 90) capaz de desempenhar "com facilidade" diversas tarefas ao mesmo tempo: alternam aula, celular e redes sociais. O longa confronta tal afirmação.
"Nação Digital" acompanha parte de um estudo do professor Clifford Nass, da Universidade Stanford, que quer entender como funciona o cérebro dos estudantes "multitarefas".
E os resultados iniciais desvendam um possível autoengano para quem acha que é capaz de fazer "tudo ao mesmo tempo agora".
A teoria de Carr, autor de "The Shallows - What the Internet Is Doing to Our Brains" (no raso - o que a internet está fazendo como nossos cérebros, em tradução livre), aparece de novo emulada: segundo Nass, uma geração pode estar sendo formada sem a habilidade de pensar com clareza. A distração criada pela tecnologia seria a culpada da história.
VIDEOGAME SOCIAL
A produção traz ainda uma entrevista com Philip Rosedale, o criador do jogo virtual "Second Life" -que já foi mais popular-, e mostra reuniões de jogadores de "War of Warcraft", o game social da vez.
O Exército americano também se apropria de videogames. Os "drones", por exemplo, são os pilotos virtuais que, baseados nos Estados Unidos, manuseiam artífices na Guerra do Iraque e no Afeganistão.
NA TV
Nação Digital
Estreia do documentário
QUANDO amanhã, às 19h, no GNT
CLASSIFICAÇÃO não informada
Link:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0907201103.htm
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